HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Desenho de criança síria
acende debate na Alemanha
É um desenho feito por uma criança síria, refugiada, e oferecido à
polícia alemã. E está a alimentar o debate em solo germânico sobre o
grau de abertura que a maior economia na Europa deve ter no que toca ao
acolhimento de refugiados. Ontem foi a vez do presidente alemão, Joachim
Gauck, sinalizar que há um "limite" ao número de refugiados que se pode
acolher.
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O desenho mostra duas realidades completamente
distintas: de um lado, a Síria, carregada de negro e vermelho de sangue,
mortos, uma mulher ferida, uma criança em gritos, edifícios a serem
destruídos. Do outro a Alemanha, com casas e prédios seguros, caminhos
ordenados, uma família que chega com bagagens e sacos. Vários corações
mostram o carinho pela Alemanha e pela polícia. A imagem deste desenho
foi publicada no Twitter, a 24 de Setembro, pela polícia alemã: "Um
presente de uma criança síria para a polícia alemã, em Passau.
#speechless", lê-se no post, que já foi partilhado mais de oito mil
vezes.
Como conta o ‘Washington Post', a imagem alimenta o debate
entre aqueles que são favoráveis ao acolhimento do maior número de
refugiados possível, e os que estão contra, duvidando até da
autenticidade do desenho. No sábado, o ‘Spiegel Online' trazia a
confirmação, pelo polícia Michael Piltz, de que o desenho lhe tinha sido
oferecido a ele e a outros dois colegas, por uma menina refugiada.
Ontem,
o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, tentou unir a nação, dando voz
à preocupação de alguns, mas sem colocar em causa a vontade de receber
refugiados: "Queremos ajudar. Temos um grande coração. Contudo, há um
limite para o que podemos fazer".
As declarações do presidente,
que ocupa um cargo sobretudo representativo e com poucos poderes
executivos, mas que é visto como uma voz de autoridade no país, surgiram
na sequência de motins dentro de campos de refugiados, entre etnias
diferentes. O último aconteceu no domingo, na cantina.
A
chanceler alemã Angela Merkel tem mantido as portas do país abertas ao
acolhimento de refugiados, dizendo-se preparada para receber cerca de
800 mil pessoas. Mas as sondagens mostram que a sua popularidade está em
queda, desde que a crise dos migrantes confrontou de forma gritante a
Europa.
* A xenofobia e os fantasmas financeiros em mancebia. Há dirigentes alemães que já não se querem lembrar do plano Marshal.
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