HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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"Famílias como as Nossas":
Refugiados podem passar, mas
cada um tem de pagar 400 euros
Um grupo de portugueses partiu sexta-feira numa
viagem cujo objectivo final passa por trazer, alojar e apoiar uma
família de refugiados. "Famílias como as Nossas" já está na estrada, mas
questões burocráticas dificultam a missão.
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Na última sexta-feira, 25 de Setembro, Nuno Félix e Pedro Policarpo partiram do Palácio de Belém, em Lisboa, em direcção à fronteira balcânica, uma das rota mais utilizadas pelos refugiados que procuram asilo na Europa, para "ajudar a salvar famílias como as nossas". E é esse o nome do projecto, cuja explicação não poderia ser mais óbvia.
Na última sexta-feira, 25 de Setembro, Nuno Félix e Pedro Policarpo partiram do Palácio de Belém, em Lisboa, em direcção à fronteira balcânica, uma das rota mais utilizadas pelos refugiados que procuram asilo na Europa, para "ajudar a salvar famílias como as nossas". E é esse o nome do projecto, cuja explicação não poderia ser mais óbvia.
"Famílias como as nossas"
começou com a ideia, e compromisso, de dois amigos, Pedro Policarpo, de
36 anos e Nuno Félix, de 38 anos, ambos pais de quatro filhos, de cada
um deles ir buscar uma família de refugiados "igual à sua".
O objectivo é trazer as famílias, garantindo-lhes alojamento
por meios próprios e assegurando a sua subsistência. "Junta-te a nós e
salva também uma família como a tua!" era, e é, o apelo que se pode ler
destes pais de família que esperam que mais famílias se continuem a
juntar e a apoiar a iniciativa.
"Não precisamos de esperar por uma autorização para fazer o que está correcto e o que é justo", pode ler-se no grupo de Facebook criado para divulgar o projecto. "Num estado de direito democrático, fazer o bem não pode ser proibido!", escreve Nuno Félix.
A iniciativa rapidamente conquistou a atenção de outros portugueses que se associaram ao movimento e à "Caravana Famílias como a Nossa", não só pela sua adesão à viagem, mas também através do apoio nas redes sociais, e pela criação de uma plataforma de crowdfunding, uma iniciativa que permite a recolha de apoio financeiro através de uma plataforma online.
A iniciativa rapidamente conquistou a atenção de outros portugueses que se associaram ao movimento e à "Caravana Famílias como a Nossa", não só pela sua adesão à viagem, mas também através do apoio nas redes sociais, e pela criação de uma plataforma de crowdfunding, uma iniciativa que permite a recolha de apoio financeiro através de uma plataforma online.
O grupo explica que tentará convidar duas famílias que se queiram
candidatar a asilo em Portugal com base nos seguintes critérios: número
de filhos menores de 12 anos e precariedade da sua situação sanitária,
sublinhando ainda que "por muito legítimo que seja o desespero de alguns
pais dispostos a tudo para salvar os seus filhos, não promoveremos o
desmembramento de famílias nucleares". Garantem ainda que todo o
processo "será no estrito respeito pelas leias vigentes no nosso país e
nas dos países por onde passar a caravana".
No entanto, a iniciativa está a enfrentar algumas dificuldades.
Através da página do Facebook é possível acompanhar o relato da
caravana. Esta segunda-feira, 28 de Setembro, pelas 17 horas em Lisboa,
Nuno Félix contava que na fronteira croata as autoridades pediam 400
euros por cada refugiado. "A fronteira de Obrijec [Croácia] estava
fortemente guardada. Não há carro que passe da Croácia para a Eslovénia
que não seja parado e revistado de uma ponta à outra. Os estrangeiros
que transportem refugiados em carros particulares são bem tratados mas
pagam na hora 400 euros por pessoa ou vão recambiados na hora."
Entre os portugueses que se juntaram ao movimento está o apresentador televisivo João Manzarra,
que tem utilizado também a sua página no Facebook para descrever a
viagem. Na sua última publicação, à saída da Eslovénia e com destino a
um campo de refugiados junto à fronteira da Croácia com a Sérvia, pode
ler-se que o grupo lida com "uma grande dificuldade em cumprir o nosso
primeiro objectivo, antecipar a vinda de alguns refugiados tirando-os
das condições desumanas em que se encontram e tendem a piorar com o frio
rigoroso que se faz sentir". A impedir estão "dificuldades burocráticas
e diplomáticas". Não obstante, o grupo garante que não irá desistir.
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E estão "determinados a cumprir outros objectivos", que passam também por "entregar todos os mantimentos que trazemos e ajudar no terreno".
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E estão "determinados a cumprir outros objectivos", que passam também por "entregar todos os mantimentos que trazemos e ajudar no terreno".
Numa entrevista à revista Visão, Vera Valério Batista,
uma das voluntárias que se juntou ao movimento, diz compreender que
algumas pessoas não entendam a atitude, mas recusa que não se tentem
informar "e embarquem no discurso, baseado no medo, de que os refugiados
são perigosos. Ou que temos muita gente para ajudar no nosso país".
*Para já ficamos a saber que a Croácia participa no negócio do tráfico de refugiados, 400€ por cabeça.
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