HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Empresas fabricantes de soro
ameaçam cortar fornecimento
pondo em risco hospitais
O funcionamento dos hospitais está em risco, com a
iminência de deixar de receber soro, produto fundamental para suporte de
vida dos doentes, uma vez que as empresas ameaçam cortar o fornecimento
por falta de dinheiro.
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A denúncia é feita pela APORMED, Associação Portuguesa das Empresas
de Dispositivos Médicos, que alerta para a taxa de 14,3 por cento,
definida no Orçamento do Estado de 2015, imposta às empresas de venda de
dispositivos médicos na área das Soluções Medicamentosas (Soros), uma
taxa "incomportável" para um produto que já tem custos de fabrico
elevados mas um preço de venda baixo (um litro custa entre 80 e 90
cêntimos).
"As soluções medicamentosas foram indevidamente colocadas no mesmo
lote dos medicamentos inovadores, sobre os quais incide a taxa máxima.
As empresas estão a pagar 14,3%, quando estes produtos por questão de
baixa margem deviam estar equiparados a outros produtos como gases
medicinais e derivados de sangue e plasma, que têm a taxa mínima
(2,5%)", disse à Lusa João Gonçalves, Secretário-Geral da APORMED.
O responsável sublinha mesmo que os soros pertencem à mesma
classificação atribuída pela Organização Mundial de Saúde aos derivados
de plasma e de sangue e que tem "muitas parecenças" com os gases
medicinais, ao contrário dos medicamentos inovadores que pertencem a
"grupos totalmente diferentes".
Os soros são medicamentos para suporte vital e terapias cíticas, só
usados em meio hospitalar: servem para manter o doente hidratado, para
que o sistema cardio-circulatório funcione e para alimentar os doentes
que chegam ao hospital sem a devida nutrição, explicou.
"Em qualquer emergência hospitalar, a primeira medida é colocar o
soro, que no fundo é uma água esterilizada com diferentes solutos",
acrescentou.
Segundo João Gonçalves, esta situação tem vindo a ser alertada junto
das entidades competentes, nomeadamente a tutela, mas ainda não foi
possível assinar um protocolo ou um acordo que permita que estes
produtos sejam sujeitos à taxa mínima, como acontece com os outros.
O que acontece é que as empresas estão com dificuldade em suportar
esta taxa, uma vez que este produto já tinha sofrido, nos últimos anos,
uma "erosão de mais de 20% no preço".
Só que os "hospitais não podem passar sem estes produtos", mas o seu
regular fornecimento está em risco de ser afectado, por incapacidade das
empresas.
As consequências mais imediatas são o desinvestimento das empresas
nesta área, ou, no caso das que se dedicam em exclusivo a estes
produtos, a sua saída de Portugal.
* Os doentes sujeitos a morrer por uma guerra de taxas...
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