18/09/2015

.
HOJE NO
"OBSERVADOR"

3,5 milhões de empregos em risco 
na UE, se a China passar a ser 
“economia de mercado”

Se for reconhecido à China o estatuto de "economia de mercado", o que Bruxelas está a equacionar, mais de três milhões de empregos ficarão em risco, avisa um estudo financiado pela indústria europeia.

Até 3,5 milhões de postos de trabalho na União Europeia (UE) ficarão em risco se Bruxelas conceder à China o estatuto de “economia de mercado”, no âmbito da Organização Mundial de Comércio. O aviso consta de um estudo, divulgado esta sexta-feira, que foi encomendado pela indústria europeia ao instituto de pesquisa norte-americano Economic Policy Institute.
 
A EUROPA VAI FICAR ASSIM
A UE é o maior parceiro comercial da China e a China o segundo maior da UE mas, apesar destes factos, a China não é reconhecida como uma “economia de mercado” pela UE. Até ao final do próximo ano, contudo, é provável que haja uma decisão sobre se esta situação se mantém ou se Pequim poderá, como exige há vários anos, subir de estatuto e passar a gozar de maiores direitos no momento de exportar os seus produtos para a Europa.

Esse estatuto tornaria, por exemplo, mais difícil abrir processos de dumping (venda ilegal de produtos abaixo do preço de produção para eliminar a concorrência) contra empresas chinesas, avisa o documento. O estudo do Economic Policy Institute alerta que se o estatuto for concedido à China, como defendem, por sinal, alguns responsáveis em Bruxelas, essa decisão irá “limitar a capacidade da União Europeia de impor tarifas sobre bens que chegam à Europa por dumping, o que permitirá às empresas chinesas prejudicar a produção doméstica ao inundar a UE com produtos baratos“.

Há sete setores industriais que iriam sentir dificuldades graves, pode ler-se no estudo. São eles a indústria de peças para automóveis, papel, aço, cerâmica, vidro, alumínio e produção de bicicletas. Entre 1,7 milhões e 3,5 milhões de postos de trabalho ficariam em risco e o PIB da Europa diminuiria em 114 mil milhões e 228 mil milhões de euros.

É com estes argumentos que representantes dos maiores sindicatos da indústria europeia, incluindo a AEGIS Europe, estão a fazer lóbi junto da Comissão Europeia. Segundo o Politico, tem havido contactos intensos esta semana entre lobistas da AEGIS, eurodeputados e conselheiros de Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia que no seu recente discurso de “Estado da União” reafirmou o seu empenho em relação à criação de emprego na Europa.

Quem também estará, segundo o Politico, a fazer pressão para que não seja reconhecido este estatuto à China é o embaixador dos EUA, Anthony Gardner, que já terá escrito a Juncker a dizer que, se isso acontecer, poderá perturbar as negociações para o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos da América (TTIP).

* O capitalismo monopolista do estado chinês, de quem o governo português é amigo  e a quem doou grande parte da   EDP e da REN, a mostrar as garras. Desde 2009 que avisamos nas nossas páginas do perigo da voracidade económica chinesa a quem a Europa ofereceu o  "KNOW HOW" com que agora nos vai invadir.
O reconhecimento que a notícia refere é inevitável.


.

Sem comentários: