HOJE NO
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Greenpeace.
Portugal deve proibir cultivo
de transgénicos
França era o país que mais produzia e já proibiu, “o que demonstra que não são necessários”.
O coordenador da área de Agricultura da Greenpeace
Espanha considerou esta quarta-feira que Portugal deve aprovar
legislação a proibir o cultivo de transgénicos e apelou a que se faça um
registo exaustivo das culturas com este tipo de sementes.
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"O que pedimos é que Portugal, Espanha e os outros três países
europeus que os usam [República Checa, Eslovénia e Roménia], uma minoria
na UE, sigam o caminho da maioria. Já são nove os países que proibiram o
cultivo de transgénicos, entre eles a França, o maior produtor da
Europa. O que demonstra que não são necessários", considerou à agência
Lusa Luís Ferreirim, da Greenpeace Espanha.
A associação ambientalista apresentou esta quarta-feira um mapa do
uso de transgénicos em Espanha, no qual identifica a região da
Extremadura (que faz fronteira com Portugal) como a terceira com mais
hectares deste tipo de cultivo no país vizinho.
Ferreirim, o único português com um cargo de coordenação na secção
espanhola da Greenpeace, considera que os cerca de 7.167 hectares de
área cultivada com transgénicos na Extremadura representam um perigo de
contaminação genética para as culturas portuguesas.
"O maior perigo que existe, com a utilização deste tipo de semente,
para os agricultores portugueses é precisamente para os que querem fazer
uma agricultura livre de transgénicos. A contaminação genética está
confirmada e é impossível controlar os transgénicos uma vez libertados
para o meio ambiente", disse Luís Ferreirim, estimando que o pólen
transgénico pode "viajar" cerca de um quilómetro.
Actualmente na União Europeia apenas está autorizado para fins
comerciais o cultivo do milho transgénico MON810 e, a seguir a Espanha,
Portugal é o país que mais o planta. A Greenpeace considera que ainda
não há estudos independentes sobre os possíveis efeitos destes produtos
para a saúde humana.
"Um dos problemas que existe na Europa com a utilização dos
transgénicos é que não se está a fazer uma avaliação dos riscos de forma
adequada. Hoje em dia continuamos sem saber quais são os efeitos a
longo prazo que os transgénicos podem ter para a saúde humana, uma vez
que não existe qualquer tipo de estudo que vão nessa direcção", disse
Luís Ferreirim.
Os estudos que existem, acrescenta, são feitos por uma parte interessada, a própria indústria dos transgénicos.
"Para efeitos de avaliação de riscos e eventual autorização de um
transgénico na União Europeia, só se leva em consideração os relatórios
elaborados pela própria indústria que solicita a utilização destas
variedades", salientou.
Luís Ferreirim, há 12 anos profissional na Greenpeace [antes tinha
sido voluntário em Portugal e em Espanha], diz que é "fundamental" que o
Governo português faça um registo exaustivo e fiável de todas as áreas
cultivadas com este tipo de sementes.
"Para que o resto dos agricultores saiba onde se está a cultivar
transgénicos e poderem assim evitar potenciais efeitos", realçou o
responsável ambientalista.
De acordo com a Greenpeace, o milho transgénico MON810 (cuja
autorização da UE caducou em 2008 e permanece em reavaliação) é
modificado geneticamente para produzir [desde que germina até à
colheita] um insecticida que mata a espécie Ostrinia nubilalis, uma
praga dos cereais (especialmente do milho).
A associação considera que este insecticida afecta outros seres
vivos, incluindo espécies benéficas que ajudam no controlo das pragas.
* Como é que uma tutela absolutamente transgénica pode proibir a matéria de que é feita?
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