HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Tribunal de Contas detecta 445 milhões
de euros de IRC não contabilizados
O Tribunal de Contas (TdC) detectou 445 milhões de euros
contabilizados erradamente pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e
recomenda que sejam aplicados os mesmos procedimentos que o Fisco
exigiu aos contribuintes.
O organismo liderado por Guilherme d'Oliveira Martins divulgou hoje
um relatório que analisa a receita de IRC de 2013 bem como os sistemas
de gestão e controlo implementados na cobrança voluntária desse imposto.
A análise foi feita com base nas informações recolhidas junto da AT e
da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.
Assim o TdC conclui que "a AT deduziu, indevidamente, 445 milhões de
euros ao montante efectivamente cobrado, relativos à derrama dos
municípios e ao IRC das Regiões Autónomas (RA) dos Açores e da Madeira".
Considera-se que "a gestão e o controlo da cobrança voluntária do IRC
foram, em geral, eficazes", mas adverte-se que não chegaram para
assegurar "a contabilização integral, legal e regular do imposto". Isto
porque mantém-se "a falta de interligação dos sistemas da AT com o de
contabilização das receitas na Conta Geral do Estado (CGE), o
"e-liquidação", em desrespeito de normas legais vigentes desde 2001".
É, por isso, "mais do que oportuno que o Estado, o Ministério das
Finanças e a AT apliquem, como administradores de receitas públicas,
princípios e procedimentos que tornaram obrigatórios aos contribuintes,
nomeadamente com a implementação do e-factura em poucos meses, por os
reputarem de essenciais para a eficácia do controlo dessas receitas",
aponta-se ainda.
"Essa falta de interligação tem vindo a permitir a recorrente não
contabilização da receita do imposto relativa às regiões autónomas e da
derrama dos municípios (445 milhões de euros em 2013), procedimento que
compromete a transparência da gestão orçamental e o rigor da receita e
da despesa inscritas na Conta Geral do Estado", lê-se ainda no
documento.
* Todos os dias Governo e Administração Pública levam "recados" do Tribunal de Contas, mas a "sem vergonhice" continua.
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