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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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FMI aconselhado a ficar fora
do terceiro resgate à Grécia
A fraca capacidade institucional e política para
implementar reformas e o elevado nível de endividamento na Grécia
desaconselham novos empréstimos do FMI, escreve o Financial Times.
Brasil e Canadá estão entre os países mais escrupulosos. Sem FMI, o
terceiro resgate europeu pode também não ter pernas para andar.
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O conselho de administração, ou "board", do Fundo Monetário Internacional (FMI) terá sido desaconselhado a voltar a emprestar dinheiro
à Grécia. Segundo o Financial Times, que cita a acta de uma reunião que
terá tido lugar em Washington na quarta-feira, 29 de Julho, o país não
reúne dois dos quatro critérios necessários para que se lhe continue a
fornecer financiamento, que no caso grego tem sido de dimensão
excepcional. Atenas falha na "capacidade institucional e política" para
implementar reformas e na "grande probabilidade de ter uma dívida
pública sustentável no médio prazo".
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Países asiáticos – possivelmente China e Japão – assim como Brasil e o
Canadá estão entre os países cujos representantes na direcção do FMI se
mostraram mais escrupulosos, alegando que é "preciso proteger a
credibilidade" do próprio Fundo.
O FMI tinha em curso um segundo programa de assistência à Grécia que
vigoraria até Março de 2016 e no seio do qual ainda estavam disponíveis
16 mil milhões de euros. Mas como o governo grego, em Junho, falhou
pagamentos (referentes ao primeiro empréstimo concedido pelo Fundo em
2010), esse programa teve de ser anulado, pelo que o governo grego pediu
um novo na semana passada. Esta reunião decorre desse pedido e a
recomendação ao "board" foi apresentada pela equipa de economistas do
FMI que segue a Grécia.
Sem FMI a bordo, o terceiro resgate europeu pode também não ter
pernas para andar. Vários países, desde logo a Alemanha, que têm de
pedir a autorização para novos empréstimos junto dos seus parlamentos, consideram fundamental o envolvimento técnico e financeiro de Washington num terceiro resgate à Grécia.
"A Grécia quer decidir algumas reformas importantes apenas no Outono e
os europeus apenas querem lidar com a questão da dívida depois da
primeira revisão [positiva de um novo programa] porque querem antes
restabelecer a confiança", refere-se nas actas, onde ainda se deixa
claro que são "muito grandes" as diferença entre o que o FMI e os
europeus pensam dever ser o grau de alívio da dívida grega. Segundo o
FT, neste cenário o FMI deverá poder continuar a acompanhar o desenho
das medidas e a sua implementação, dando apoio técnico, mas só poderá
equacionar voltar a pôr dinheiro no país numa fase ulterior.
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Tal como o FMI, também a Comissão Europeia concluiu, após a análise à
sustentabilidade da dívida grega efectuada há três semanas, pela
necessidade de "um alívio muito substancial, tal como a extensão das
maturidades dos actuais e dos novos empréstimos", bem como "um
deferimento de juros". Mas enquanto o FMI tem dado indicações muito
firmes de que só entrará ao lado dos europeus num terceiro resgate à
Grécia se houver um alívio prévio da sua dívida – que diz ter-se tornado
no último ano "altamente insustentável" nos úlimos meses –
Bruxelas deixa claro que só haverá condições para rever as condições de
pagamento dos mais de 200 mil milhões de euros já emprestados caso
Atenas "demonstre" empenho e resultado nas reformas.
"Essas
preocupações [sobre a insustentabilidade da dívida] podem ser
enfrentadas através de um programa de reformas de longo alcance e
credível, de uma muito forte apropriação por parte das autoridades
gregas de um programa desse tipo e, após a restauração completa dos
acordos de empréstimos, apenas poderão ser concedidas medidas de alívio
da dívida caso o compromisso de reforma das autoridades gregas tenha
sido demonstrado", referia o relatório de Bruxelas.
A troika
regressou nesta semana a Atenas com vista a iniciar as negociações sobre
um terceiro resgate da comunidade internacional que permita à Grécia,
que continua sem acesso aos mercados financeiros, ter meios de
satisfazer os cerca de 85 mil milhões de euros em que estão avaliadas as
suas necessidades de financiamento para os próximos três anos. A
expectativa é que haja um acordo antes de 20 de Agosto, que permita
libertar mais empréstimos, já que nessa data Atenas terá de reembolsar
ao BCE 3,5 mil milhões de euros de títulos de dívida gregos que chegam à
maturidade.
* A troika que nos lixou fingindo ajudar-nos está interessada em trucidar o povo grego, não lhe perdoa ter votado maioritariamente num partido de extrema esquerda.
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