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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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CMVM aplica coima de 100 mil euros
a Oliveira Costa
A CMVM anunciou coimas por infracções cometidas
pelos administradores do BPN. O BIC, comprador do banco, é alvo de uma
coima de 200 mil euros. Oliveira Costa é o mais castigado dos sete
ex-gestores.
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José Oliveira Costa foi alvo de uma
coima única no valor global de 100 mil euros por infracções cometidas
entre 1999 e 2008 no âmbito do Banco Português de Negócios (BPN),
segundo anunciou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
De acordo com os dados revelados esta segunda-feira,
11 de Maio, o supervisor do mercado de capitais revela que a decisão é
definitiva, não tendo sido alvo de impugnação judicial. Oliveira Costa é
um dos sete ex-administradores do BPN visados neste processo.
As infracções em causa passam pela intermediação financeira não
autorizada e pelo incumprimento de deveres dos intermediários
financeiros. O processo de contra-ordenação foi lançado em 2010 e diz
respeito a factos ocorridos entre 1999 e 2008 (o BPN foi nacionalizado
no último ano deste intervalo depois de reveladas irregularidades, como
contabilidade paralela).
José de Oliveira Costa é, entre as sete individualidades referidas
nas decisões do supervisor, a que sofre a maior coima. São 100 mil euros
por quatro tipos de infracção, todas a "título doloso": gestão de
carteiras sem autorização; violação de dever relativo ao conteúdo
contratual mínimo dos contratos de gestão de carteiras; violação do
dever de prestação de informação devida aos clientes; e violação do
dever de organização interna.
Ao contrário de outros dos alvos da decisão da CMVM, não há qualquer
suspensão parcial da coima que foi aplicada ao fundador e antigo
presidente do BPN.
O filho de Oliveira Costa, José Augusto, também sofre uma coima de 25
mil euros, "pelo exercício de actividade de gestão de carteiras por
contra de outrem sem registo na CMVM, a título negligente".
BIC com coima de 200 mil euros
O Banco BIC Português, que comprou o BPN por 40 milhões de euros, é
alvo de uma coima única de 200 mil euros, com suspensão parcial da
execução, por dois anos, de metade do valor, por exercício de gestão de
carteiras sem registo no regulador e por várias violações na prestação
de informação, todas a "título doloso". Ainda não foi possível obter uma
reacção por parte do banco.
O ex-administrador António Coelho Marinho é alvo de uma coima única
de 25 mil euros, metade do valor que é aplicado a António Franco. Nenhum
dos dois, ambos acusados de violações a título doloso, tem metade da
coima suspensa, como ocorreu com outros ex-colegas. António Coelho
Marinho recorreu da decisão.
Teófilo Carreira tem coima única de 25 mil euros, com suspensão parcial da execução de metade do montante por dois anos.
Já a Armando Pinto, que tal como Coelho Marinho impugnou
judicialmente a coima, é aplicada uma coima de 25 mil euros, com
suspensão parcial de 12,5 mil euros. As infracções apontadas foram
cometidas, segundo o supervisor, a "título negligente".
Também a "título negligente" foi cometida a infracção cometida pelo
antigo presidente da SLN, dona do BPN, Abdool Vakil, que sofre uma coima
de 25 mil euros, com metade dela suspensa por dois anos.
De acordo com a CMVM, as decisões são definitivas, excepto as de
Armando Pinto e Coelho Marinho, que as contestaram judicialmente.
O caso BPN tem, segundo palavras de Carlos Tavares na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública em Abril,
"uma relação limitada com a CMVM", tendo em conta que o banco não era
uma empresa cotada. As decisões divulgadas esta segunda-feira fazem
parte de um dos quatro processos de contra-ordenação determinados pelo
supervisor do mercado de capitais.
Também há processos em curso devido a contra-ordenações aplicadas
pelo Banco de Portugal, o supervisor do sector financeiro, e da própria
justiça.
* Coimas de 100 mil e 200 mil são trocos para o embusteiro e para o banco.
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