27/04/2015

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HOJE NO
 "OBSERVADOR"


Portuguesa Sword recebe um milhão
 de euros da Comissão Europeia

Virgílio Bento quer ajudar os clínicos a descobrir o melhor programa de reabilitação para cada doente. A Sword é a primeira empresa portuguesa a ser financiada pelo SME Instrument, do Horizonte 2020. 
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Quer mudar a forma como se faz a reabilitação de doentes e a Comissão Europeia já lhe garantiu um milhão de euros para avançar. Virgílio Bento, fundador e presidente da Sword Health, viu a empresa que nasceu nos laboratórios da Universidade de Aveiro entrar para aquela que é a considerada a “Liga dos Campeões das empresas mais inovadoras da Europa”, segundo a Comissão Europeia.

A Sword é a primeira portuguesa a ser financiada pelo SME Instrument, programa europeu de apoio a pequenas e pequenas e médias empresas (PME) do Horizonte 2020- Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação.

O projeto de financiamento está avaliado em 1,3 milhões de euros e, destes, um milhão vai ser entregue, a fundo perdido, pela Comissão Europeia. Objetivo: ajudar Virgílio Bento a desenvolver a plataforma que permite complementar as sessões de terapia de doentes com Parkinson, esclerose múltipla ou pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), entre outras patologias.

Ao Observador, Virgílio explicou que este financiamento vai permitir pegar nos dados da sessão de reabilitação e transformá-los em conhecimento para as equipas clínicas. Ou seja, vai permitir responder a uma pergunta: qual é o programa de reabilitação que melhor se adequa às especificidades de cada doente?“, explica Virgílio.

A ideia nasceu em 2008, durante a tese de doutoramento de Virgílio Bento em Engenharia Biomédica. Como funciona a Sword? Através de um aparelho que regista os movimentos que o paciente faz em casa (prescritos pela equipa de terapeutas) indicando-lhe em tempo real se o exercício está a ser bem feito. Esta informação fica armazenada num software que permite que os terapeutas avaliem, posteriormente, a progressão do doente.

Aumentar exposição aos tratamentos sem recurso à tecnologia
Virgílio Bento queria que as pessoas pudessem fazer reabilitação intensiva e que esta não dependesse da “insuficiência de recursos humanos”. A tecnologia era, por isso, a solução. “Queria aumentar a exposição aos tratamentos sem aumentar os custos“, revelou.
A ideia fez com que a equipa de investigação já tivesse sido distinguida com o prémio Highest Future Impact, durante uma conferência mundial de Engenharia Biomédica, em Boston, nos Estados Unidos, em 2011. Agora, a Sword é uma das 134 empresas que receberam financiamento europeu, na fase 2 do SME Instrument.

Criada em 2013, a empresa já passou por duas rondas de investimento com dois grupos de investidores particuares (business angels): 150 mil euros em março de 2014 e 250 mil em janeiro de 2015. O sistema Sword ainda não está disponível no mercado, mas Virgílio Bento estima que fique disponível no último trimestre do ano, na Europa e nos Estados Unidos.

A Sword Health tornou-se a primeira empresa portuguesa a integrar a aceleradora de negócios norte-americana Aging 2.0, para empresas da área da saúde. Posteriormente, conseguiu assinar um acordo de parceria com a cadeia de centros de reabilitação norte-americana Genesis Rehab, que detém 2.100 centros hospitalares, 18.000 terapeutas e ajuda a reabilitar 45.000 doentes por dia. O teste piloto de utilização da plataforma arranca no segundo trimestre do ano, em parceria com três clínicas, nos EUA.

* O presidente da Sword Health tem absoluta razão, as especificidades de cada doente devem ser o ponto de partida para uma reabilitação adequada. Porém a tecnologia é insuficiente, o técnico terapeuta é a grande ferramenta.

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