17/11/2014

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HOJE NO
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23 milhões de pessoas fizeram
 operações plásticas em 2013

Os números em Portugal são uma incógnita já que não é obrigatório comunicá-los nem a organismos oficiais nem as sociedades científicas

O que é que leva 23 milhões de pessoas a fazer cirurgias plásticas? Os números não são obviamente nacionais - por cá não há registo de valores totais - mas são o retrato do que se passa pelo planeta. Em 2013, o número de pessoas equivalente a duas vezes a população de Portugal somada à da Mongólia, deitou-se numa mesa de operações para corrigir algum tipo de imperfeição. Os números são da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). 
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Se do lado médico não há grandes dúvidas em mergulhar nesta especialidade médica - é uma das mais lucrativas, orientada para melhorar a aparência física e não para melhorar funções ou tratar doenças - do lado do paciente restam cada vez menos motivos para não se submeter a estes procedimentos. Nos últimos anos, com a crescente valorização da aparência, a cirurgia estética é vista como uma solução para problemas psicológicos e como uma resposta à crescente recessão e incerteza no mercado de trabalho - o que não deixa de ser paradoxal numa altura em que atravessamos uma crise económica. 

Do lado da procura, as mudanças dão-se devagarinho. As mulheres continuam a ser as que mais recorrem a este tipo de intervenção e representam 87,2% do mercado. Os homens, com uns residuais 12,8%, começam a dar os primeiros passos e a procura masculina tem crescido gradualmente de ano para ano.

O que eles querem  
As cirurgias mais pedidas pelos homens são as correcções do nariz, das pálpebras e das famosas gorduras da barriga "conhecidas como pneus", explicou ao i o cirurgião Hélder Silvestre. "Os homens têm vindo a procurar cada vez mais a cirurgia estética, o que significa uma sociedade mais liberta de preconceitos. É um fenómeno muito urbano, encarado com normalidade. Porque é que um homem não pode retocar o seu perfil, corrigir umas gorduras ou corrigir as orelhas? Penso que ninguém critica com preconceito estas opções dos homens dos dias de hoje", referiu ao i o presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética (SPCPRE), Francisco Ribeiro de Carvalho. 

Além da motivação, as expectativas dos pacientes também merecem especial cuidado, como explicam os próprios cirurgiões. Pessoas insatisfeitas consigo próprias - e que projectam na cirurgia plástica a expectativa de resolução dos seus problemas - tendem a ficar insatisfeitas com os resultados finais, por melhores que sejam, já que a cirurgia não resolve conflitos pessoais, familiares e profissionais. Também é importante que o paciente que se submete à intervenção consulte um cirurgião plástico devidamente certificado. "Há uma série de pessoas que praticam na área da cirurgia plástica e do antienvelhecimento que não estão habilitadas. O portal da Ordem dos Médicos tem a lista completa dos cirurgiões plásticos habilitados", alerta Hélder Silvestre. 
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Em relação a Portugal, não há números sólidos sobre operações plásticas porque "não há obrigatoriedade de comunicação para qualquer base de dados, nem para os organismos oficiais ou sociedades científicas", referiu o presidente da SPCPRE. "Como a esmagadora maioria destas operações são realizadas em clínicas e hospitais privados não há possibilidade de saber com qualquer rigor esse número", acrescentou. A existência de um portal com estatísticas seria de todo conveniente porém "há questões de direito à privacidade e teriam de ser as entidades oficiais a promover esse aspecto".

O que precisa de saber antes de fazer uma cirurgia
•  Certifique-se que o cirurgião que o vai operar é um médico qualificado, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética. 

•  Não se deixe impressionar pelos títulos exibidos por alguns profissionais, muitos dos quais nem são cirurgiões. Informe-se junto da Ordem dos Médicos, se determinado médico está inscrito no Colégio da Especialidade de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética, que são os médicos legalmente habilitados a fazerem Cirurgia Estética. A Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética, também pode ajudá-lo a seleccionar um especialista qualificado. 

•  Informe-se sobre os aspectos técnicos que envolvem a intervenção que pretende fazer e que riscos lhe estão associados e se são razoáveis as expectativas sobre o resultado que pretende. 

•  Assegure-se de que está completamente informado sobre todos os aspectos relacionados com a intervenção. Nenhuma intervenção, nem nenhum cirurgião estão 100 % isentos de riscos. 

•  Sinta-se confiante com o cirurgião, o anestesista, a equipe, a clínica ou o hospital que escolher para realizar a sua intervenção. Não se deixe operar em consultórios ou locais sem condições de segurança, sem equipamentos necessários em caso de emergência. 

•  Escolha a melhor altura para a sua operação. Evite ser operado se está deprimido, se está com problemas no seu emprego, com a sua família, se não está bem emocionalmente. Decida operar-se para se sentir bem consigo próprio, não para agradar a alguém. 

•  Desconfie das consultas grátis e dos adiantamentos de honorários não reembolsáveis em caso de desistência. 

•  Faça a preparação pré- operatória aconselhada. Respeite as recomendações do seu médico. 

•  Evite fazer vários procedimentos de grande cirurgia no mesmo tempo operatório. As complicações cirúrgicas também aumentam com o aumento do tempo de cirurgia. 

•  Respeite as instruções no pós-operatório. 

•  Não esqueça que submeter-se a uma cirurgia é um assunto sério. 

* Só de se ler fica-se quase mais bonito.


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