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DA MADEIRA"
ACP diz que medidas continuam
a incidir sobre "o elo mais fraco"
O presidente do Automóvel Club de Portugal, Carlos Barbosa, afirmou
hoje que as medidas do Orçamento do Estado previstas para o setor
incidem sobre “o elo mais fraco”, que representa “30% dos impostos em
Portugal”.
“O Orçamento do Estado é, mais uma vez, prova da incompetência de
todos os governos que, não sabendo como reduzir despesas, vão
diretamente ao bolso do consumidor e, neste caso, vão ao elo mais fraco
que é o setor automóvel. Neste momento, já representa 30% dos impostos
em Portugal e o governo, mais uma vez, em ano de eleições, vai buscar
dinheiro aos bolsos dos portugueses”, disse em declarações à agência
Lusa.
Para o responsável, a questão podia resolver-se com a criação, por
parte das câmaras municipais, de parques automóveis à entrada da cidade e
com uma rede de transportes públicos que fizesse a ligação direta à
cidade.
“Cerca de 84% das pessoas que vêm trabalhar para Lisboa não têm
parque para deixarem os carros. As câmaras não constroem parques
automóveis para as pessoas deixarem os carros à entrada da cidade e
poderem utilizar os transportes públicos, que são dramáticos, não podiam
ser piores do que aquilo que são, logo as pessoas não têm alternativa
senão trazerem o carro”, frisou.
Quanto às reformas do IRS (Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas
Singulares) e da Fiscalidade Verde apresentadas quinta-feira pelo
Governo, Carlos Barbosa refere que a medida relacionada com o incentivo
fiscal ao abate de veículos em fim de vida é “insuficiente” e
“ridícula”
.
“O abate [do montante do imposto nas viaturas híbridas] é
insuficiente e ridículo em relação aos veículos elétricos em Portugal,
que são inexistentes, não se vendem. É mais uma coisa de fachada”,
sublinhou Carlos Barbosa.
O Governo retoma em 2015 o incentivo fiscal ao abate de veículos
ligeiros em fim de vida, traduzindo a redução do ISV “até à sua
concorrência” ou atribuindo um subsídio na compra de carros novos menos
poluentes.
Este subsídio pode ser de 4.500 euros na compra de um veículo
elétrico novo, de 3.250 euros na compra de um veículo hibrido ‘plug-in’,
e de 2.000 euros num automóvel novo cujo nível de emissão de carbono
não ultrapasse os 100 gramas por quilómetro, refere a proposta de lei do
Governo, a que a agência Lusa teve acesso.
O Executivo pretende ainda incentivar ainda o uso de carros
elétricos, híbridos, GPL e GNV, tal como a criação de sistemas de
partilha de viaturas e bicicletas, e permite a dedução do IVA em
viaturas elétricas ou hibridas ‘plug-in’.
“Temos que confrontar o Governo se não tem outra maneira de reduzir a
despesa sem estar a aumentar os impostos permanentemente no setor
automóvel”, defendeu ainda Carlos Barbosa.
* Uma verdade inconveniente.
.
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