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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Joana Vasconcelos inaugura
Exposição Nacional do Bunho
A artista plástica Joana Vasconcelos vai inaugurar, na próxima
terça-feira, a Exposição Nacional do Bunho que vai estar patente até dia
26 nos claustros do Convento de S. Francisco, em Santarém.
A
exposição integra-se no Projeto de Desenvolvimento Sustentável "Ideias
do Antigamente Promovem o Ambiente", liderado pelo município de Santarém
e pelo Instituto de Arte, Design e Empresa -- Universitário (IADE-U).
Maria
João Cardoso, da Equipa Multidisciplinar de Ação para a
Sustentabilidade (EMAS), da Câmara Municipal de Santarém, disse à Lusa
que, no âmbito do projeto que visa reabilitar uma atividade quase em
extinção, Joana Vasconcelos foi uma das artistas contactadas, tendo
mostrado interesse em conhecer as virtualidades do bunho, fibra vegetal
usada como matéria-prima por artesãos da região.
A vereadora Inês
Barroso confessou à Lusa que o contacto foi feito "sem grandes
expectativas", mas que a reação não podia ter sido melhor.
"Ela
ficou interessadíssima e virá observar as potencialidades de trabalho com esta fibra vegetal", disse a vereadora à Lusa, frisando que foi o
interesse de Joana Vasconcelos por novas formas de desenvolver as artes
tradicionais que motivou o contacto com a artista.
O projeto, que
nasceu pequeno, "ganhou asas e voou", sublinhou Maria João Cardoso,
referindo a qualidade dos parceiros envolvidos e a dimensão nacional que
permitiu realizar o Encontro Nacional do Bunho, em maio, em Santarém, e
agora a exposição que mostra trabalhos de todo o país, e que pode ser
catapultada internacionalmente.
"Sentimos que fomos pioneiros no desafio lançado e estamos muito agradados com este crescimento", afirmou Inês Barroso.
O
projeto parte da ideia de recuperação de uma atividade quase em
extinção introduzindo-lhe inovação e conceitos de sustentabilidade e de
empreendedorismo.
Inês Barroso afirmou que, fruto do projeto, o
Instituto do Emprego e Formação Profissional (entidade parceira)
desenvolveu já um currículo de formação de 300 horas para artesãos em
bunho, estando os parceiros da academia a criar valor, introduzindo
fatores de inovação.
Carlos Barbosa, Diretor do Núcleo do Design
para a Sustentabilidade do IADE-U, disse à Lusa que "a introdução de
fatores inovadores permite o desenvolvimento de outra tipologia de
produtos que vá ao encontro da apetência de novos nichos de mercado".
Carlos
Barbosa deu como exemplo uma cesta pensada há mais de 20 anos para ir à
feira, que não será utilizada hoje por uma jovem para ir às compras.
"Provavelmente
estará mais interessada num produto para transportar o computador, por
exemplo. A inovação poderá passar por aí", adiantou.
"É preciso
criar atratividade para que haja mais gente a acreditar que investir
numa destas áreas pode ser um fator de empregabilidade. É importante que
fique a noção de que é possível, introduzindo fatores tecnológicos e
métodos de inovação mais consentâneos com o mercado e a cultura atual,
criar quer empresas quer oportunidades de emprego", acrescentou.
Maria
João Cardoso sublinhou as várias componentes de um projeto que
"respeita o ambiente", pois parte de uma matéria-prima que cresce
espontaneamente na margem dos rios, e que permite à comunidade criar
meios para ser autossustentável.
Além do IADE-U, são ainda
parceiros o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, a ACAF Portugal -
Comunidades de Valor Partilhado, a SCMS - Santa Casa da Misericórdia de
Santarém e a Confraria Gastronómica "Os Tanheiros", da aldeia do
Secorio, onde a EMAS tem vindo a desenvolver um levantamento que será
mostrado em vídeo durante a exposição.
* Seja bem vinda Joana Vasconcelos com mais um trabalho, ficamos na expectativa.
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