12/09/2014

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Passos e Crato apupados e vaiados em Viseu
 “Está na hora de o Governo ir embora” 

 O primeiro-ministro e o ministro da Educação foram apupados e vaiados por perto de uma centena de professores à entrada do novo centro escolar de Sernancelhe, distrito de Viseu. “Está na hora de o Governo ir embora” e “Educação é um direito, sem ela nada feito”, foram algumas das palavras de ordem dos professores presentes naquela manifestação. 

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, pretendia entregar ao ministro da Educação, Nuno Crato, uma carta sobre os “problemas na abertura do ano letivo, nomeadamente irregularidades nas colocações dos professores”. A comitiva liderada pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, entrou de carro para o recinto escolar, mas não foi permitida a entrada de Mário Nogueira. “Pelos vistos, só pode entrar quem bate palmas. A democracia que temos é esta”, disse o dirigente. 

"CORREU MELHOR DO QUE NO ANO PASSADO" 
Parecendo indiferente aos protestos, o primeiro-ministro considerou que a colocação de professores correu melhor do que em anos anteriores, mostrando-se convencido de que as necessidades das escolas serão satisfeitas. Passos Coelho falava aos jornalistas em Sernancelhe, onde inaugurou um centro escolar, assinalando o arranque do ano letivo. 
 
BRINDANDO À MISÉRIA
No exterior, perto de uma centena de professores manifestava-se contra a forma como foram feitas as colocações, lamentando a existência de alegadas irregularidades. “Nós fizemos melhor do que o ano passado e o ano passado do que no anterior, o que significa que felizmente há este ano muito menos horários zero no fim desta fase”, frisou o governante. Passos Coelho lembrou que ainda haverá uma nova fase de colocações, durante a qual espera que “todas as necessidades possam ser satisfeitas”. “Nessa medida, creio que o processo de colocação de professores este ano não só decorreu melhor ainda do que no ano passado, como teremos um resultado satisfatório por parte dos candidatos que almejam poder ficar a dar aulas, a prestar serviço nas escolas, evidentemente de acordo com as necessidades das escolas e não em razão de outro critério qualquer”, acrescentou. 

Durante a manifestação, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse aos jornalistas que “muitas colocações são inexplicáveis”. “Desde que saíram as listas que temos recebido quer de escolas, quer de muitos professores, denúncias de colocações duplicadas, colocações em escolas onde não há vagas, colocações que não foram feitas e não se percebe porquê”, contou, lamentando que as listas estejam “feridas de grandes irregularidades”. Segundo Mário Nogueira, muitos professores estão a fazer os seus recursos, “nuns casos dentro do ministério, noutros já nos tribunais”. O dirigente sindical lamentou que, apesar de a Fenprof ter pedido uma reunião ao ministro da Educação até ao final desta semana, até hoje nem uma resposta tenha recebido. 

Passos Coelho aludiu também ao processo de reorganização e redimensionamento da rede escolar, “que vem sendo preparada de há muitos anos a esta parte e é um processo contínuo”. “Pegámos nesse processo e entendemos que, se era preciso organizar melhor, tendo em atenção o interesse das crianças, então deveríamos esforçar-nos, com as autarquias locais, por encerrar escolas que já não têm dimensão crítica para acolher alunos, colocando esses alunos em escolas que têm melhores condições para que eles possam fazer a sua aprendizagem”, explicou. Na sua opinião, as queixas das autarquias relativamente ao encerramento de escolas aconteceram “em casos muito especiais” e, portanto, não tiveram “um significado nacional”. “Na generalidade dos casos, na grande maioria dos casos, esta nova carta escolar resulta de um trabalho conjunto entre o governo e as autarquias locais e destina-se justamente a poder propiciar aos estudantes as melhores condições possíveis para que eles possam ter aulas nas melhores condições”, acrescentou. 

Durante a cerimónia de inauguração da escola, o ministro da Educação, Nuno Crato, destacou que hoje a taxa do pré-escolar “atinge praticamente 97% dos jovens”, quando em 2010 era de 89%. “Há mais jovens que estão a começar de ser preparados mais cedo para a vida ativa. Hoje somos um dos sete países da OCDE em que a taxa de escolarização entre os 05 e os 14 anos é plena”, sublinhou. Por outro lado, “a taxa de escolarização dos 15 aos 19 está acima da média da Europa a 21 e acima da média dos países da OCDE”, acrescentou. 

No seu entender, “hoje já é percetível o resultado da política de reforço dos conhecimentos essenciais dos alunos”. 

* Quando o governo de Passos Coelho tomou posse pensámos que o mesmo seria tão mau com o de José Socrates, pois bem, excedeu as nossas expectativas, ganhou a Socrates, consegue ser pior! 


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