HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
CDS-PP quer punir praxes académicas
. "humilhantes e degradantes"
O CDS-PP quer criminalizar as praxes académicas
violentas, humilhantes ou degradantes, propondo a criação de um regime
sancionatório num projeto de resolução que será debatido, na
quarta-feira, em plenário no parlamento.
O texto do grupo parlamentar centrista recomenda ao Governo "um
conjunto de medidas de combate a todas as formas de violência escolar",
entre elas o agravamento do quadro sancionatório "aplicável aos crimes
cometidos em ambiente escolar e estudantil, ou nas suas imediações,
envolvendo a comunidade escolar".
A pensar no caso concreto das praxes académicas no ensino superior, o
CDS-PP propõe a criação de "um regime sancionatório aplicável sempre
que alguém leve outrem, [de forma] voluntária ou involuntária, à
prática de atos humilhantes ou degradantes".
No final de fevereiro o Parlamento aprovou uma resolução da maioria
PSD/CDS-PP que propunha uma campanha contra a "praxe violenta", e
chumbou uma iniciativa do Bloco de Esquerda para criar uma rede
nacional de apoio a estudantes vítimas de práticas abusivas.
A resolução do PSD/CDS-PP, aprovada por unanimidade, propunha a
realização de uma "campanha institucional de sensibilização pela
tolerância zero à praxe violenta e abusiva".
Recordando esse processo, o texto do projeto de resolução agora
apresentado pelos centristas sublinha que "já nesse debate, contudo, os
signatários assumiram a necessidade de ir mais longe no atual quadro
legislativo".
"Não há, certamente, dúvidas de que se têm verificado, sob o pretexto
da integração no meio estudantil e académico, fenómenos que vão desde a
simples falta de bom senso e educação ao desrespeito pela urbanidade,
pelas regras básicas da sociedade e, no limite, a práticas degradantes e
atentatórias da dignidade humana", lê-se no documento.
"A propósito das praxes surgem, por vezes, manifestações em que os
alunos mais velhos, valendo-se de uma pretensa superioridade decorrente
do conhecimento do meio académico, ou de um suposto prestígio
decorrente da experiência nesse meio, impõem aos alunos recém-chegados
comportamentos e penalizações reprováveis", acrescentam os deputados do
CDS-PP, acrescentando que "é fundamental" que "fique clara a separação
entre aquilo que é a receção aos caloiros e a praxe".
Seis estudantes da Universidade Lusófona morreram no dia 15 de
dezembro de 2013, na praia do Moinho de Baixo. Os seis, tal como um
outro que sobreviveu, terão sido surpreendidos por uma onda. Até hoje
não foram esclarecidas as circunstâncias da morte dos estudantes. O
caso está a ser investigado pelo Ministério Público.
O caso motivou um debate alargado na sociedade sobre as praxes
académicas, a sua legitimidade e o enquadramento legal aplicável a
casos de abusos.
O Ministério da Educação e Ciência promoveu reuniões com associações
de estudantes e federações académicas, para além de instituições que
representam as universidades e politécnicos, públicos e privados, para
discutir a questão das praxes, tendo essas reuniões contado com a
presença do ministro Nuno Crato.
* O documento do CDS/PP é um nojo, os estudantes praxados não são obrigados a nada, são voluntários para no ano seguinte se "vingarem" e praxarem os mais novos.
A praxe é anacrónica e reacçionária, é uma forma de que o poder se aproveita para alienar a juventude universitária.
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