HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Constitucional chumba norma
que permitia às empresas escolher
quem despedem
O Governo pretendia que as empresas pudessem
utilizar critérios "relevantes e não discriminatórios" para escolher
quem despedem na extinção de posto de trabalho. O Tribunal
Constitucional chumbou esta norma.
O Tribunal Constitucional chumbou as
regras aprovadas pelo Governo que permitiam que as empresas escolhessem
quem despedem na extinção de posto de trabalho.
A revisão do Código do Trabalho, que se baseou no memorando da troika
e no acordo tripartido de concertação social, dava mais margem às
empresas para escolher quem despedem.
A anterior redacção obrigava o empregador a dar prioridade no
despedimento aos trabalhadores com menor antiguidade, protegendo os que
estão há mais tempo no posto de trabalho, na categoria profissional e na
empresa.
A alteração concretizada pela equipa do ex-ministro da Economia
Álvaro Santos Pereira permitia que a empresa passasse a poder definir
qualquer critério “relevante e não discriminatório”.
O Tribunal Constitucional considerou que a alteração viola a proibição de despedimentos sem justa causa.
No acórdão, os juízes concluem que a alteração abre a porta a "despedimentos arbitrários ou judicialmente incontroláveis".
A alteração viola a proibição de despedimentos sem justa causa "na
medida em que não fornece as necessárias indicações normativas quanto
aos critérios que devem presidir à decisão do empregador de selecção do
posto de trabalho a extinguir".
"A norma impugnada, não só permite que essa escolha fique na
disponibilidade do empregador, como funcionaliza a 'relevância' dos
critérios a escolher exclusivamente às razões subjacentes à decisão de
extinção do posto de trabalho, alheando-as das razões que devem presidir
à escolha do concreto posto de trabalho a extinguir (e do concreto
trabalhador a despedir", pode ler-se no acórdão.
Despedimentos por inadaptação voltam a ser mais difíceis
A revisão do Código do Trabalho que entrou em vigor em Agosto do ano
passado também agilizou os despedimentos por inadaptação, que quase não
eram utilizados, através de diversas alterações.
Uma das formas de agilizar a utilização deste tipo de despedimento
passava pela revogação da regra que determinava que ele não podia
ocorrer se existisse na empresa outro posto de trabalho disponível e
compatível com as qualificações do trabalhador.
Os juízes também consideraram que a eliminação desta garantia viola o princípio da proibição de despedimentos por justa causa.
No entanto, viabilizaram as alterações que permitem que o
despedimento por inadaptação seja possível ainda que não tenha havido
modificações prévias ao posto de trabalho.
* É enganador atribuir a responsabilidade da crise aos trabalhadores, os "empreendedores" e os políticos vendem esta teoria mas só os da mesma laia é que a compram, o produto é de refugo e o preço caro.
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