HOJE NO
" CORREIO DA MANHÃ"
Tribunal aceita providência cautelar
para travar Barragem do Tua
Associações ambientais criaram a Plataforma
Salvar o Tua e conseguiram que o Tribunal de Mirandela conseguisse
travar, por enquanto, construção da barragem na foz do Tua.
O Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela
aceitou a providência cautelar interposta pela Plataforma Salvar o Tua,
que tem como objetivo parar a construção da barragem, em construção
desde 2011 na foz do Tua, anunciou a organização.
"O
nosso objetivo é muito claro, é parar esta barbaridade e este crime
contra o património nacional e contra os bolsos dos portugueses",
afirmou hoje à agência Lusa João Joanaz de Melo, da Plataforma Salta o
Tua - Associação de Defesa do Ambiente.
Esta
plataforma, que junta nove associações ambientais e uma quinta de
produção vinícola, quer travar a construção da Barragem de Foz Tua, na
confluência dos distrito de Vila Real e Bragança, e concessionada à EDP.
Depois
de admitida a providência cautelar pelo tribunal, agora a EDP e o
Estado português têm um período para contestar e só depois será julgada a
providência e será submetida a ação principal.
EDP DEFENDE QUE PROJETO RESPEITA POPULAÇÃO E INSTITUIÇÕES
Fonte
oficial da EDP, contactada pela Lusa, confirmou que a empresa recebeu a
notificação do tribunal e garante que irá apresentar a oposição no
prazo legal.
A EDP sublinha que o
projeto está "a ser desenvolvido atendendo a todas as obrigações e
recomendações de entidades oficiais nacionais e internacionais, bem como
em sintonia com os anseios da população e os responsáveis da região".
Para
Joanaz de Melo, "esta é uma obra totalmente inútil e que vai ter um
custo brutal para o país. "Podemos comparar esta obra aos piores casos
das ex scuts, ao aeroporto de Beja ou ao caso BPN", salientou.
Trata-se,
na sua opinião, "de mais uma fraude sobre os contribuintes portugueses,
para além de todos os danos ambientais e culturais que estão em causa".
O
também dirigente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e
Ambiente (GEOTA) considerou que o empreendimento hidroelétrico é
"extremamente prejudicial para o desenvolvimento local, tem impactos
brutais a nível do ambiente e culturais, levando à destruição da linha
ferroviária do Tua.
Para além disso, coloca ainda em "risco o Douro Património Mundial da Humanidade".
APROVAÇÃO DA UNESCO MERECEU REPROVAÇÃO
Em
junho, a Plataforma Salvar o Tua lamentou a aprovação, por parte da
UNESCO, de uma deliberação que compatibiliza a Barragem de Foz Tua com o
Douro Património Mundial.
Joanaz de
Melo referiu ainda que, esta ação em tribunal surgiu após ter sido
"esgotada a via do diálogo" e depois de a associação ter sido recebidos
por várias entidades, como o Presidente da República, representantes da
Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e UNESCO.
"Mas até agora nunca houve uma resposta satisfatória. Infelizmente resta-nos o recurso ao tribunal", frisou.
Já
em junho, a Plataforma Salvar o Tua entregou a petição "Manifesto pelo
Vale do Tua", na Assembleia da República, reunindo 5.324 assinaturas em
defesa da paragem das obras da Barragem de Foz Tua.
A
Assembleia da República já discutiu outras duas petições com o mesmo
propósito, em 2009 e em 2011, apresentadas pelos movimentos cívicos pela
Linha do Tua e dos Cidadão em Defesa da Linha do Tua, sem consequências
em relação às solicitações apresentadas.
A
barragem, concessionada há EDP, começou a ser construída há dois anos,
ficando a conclusão da obra adiada para setembro de 2016 por causa do
abrandamento imposto pela UNESCO.
* Bom senso, precisa-se.
.
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