DOUTRO SÉCULO
2- O BURLESCO
SEC XIX
A apresentação burlesca ou a arte do burlesco se refere a um tipo de apresentação teatral que consiste em uma paródia ou sátira (que muitas vezes implica uma apresentação de striptease e às vezes lembra a chanchada)
Cartaz de 1898 de um espectáculo americano
Burlesco faz parte da categoria estética grotesca, sendo uma
representação teatral ou dança. Representação de caráter exagerado,
parodiando temas dramáticos com alto teor farsesco, esta forma cómica
trata de personagens extravagantes e bufonas.
O Burlesco é uma arte performativa que remonta a 1600 e que pode misturar vários tipos de disciplinas (teatro, circo, ballet, pantomina, entre outros) . É um descendente da Commedia dell'arte, tendo por isso uma grande componente de comicidade.
O renascimento do Burlesco na década de 80, com performers como a Dita
Von Teese a trazerem o Burlesco para um circuito mais mainstream (o que
não tinha acontecido até então), adicionam ainda mais variedade à
disciplina, gerando um movimento - Neo Burlesque, com números muito mais
risqué, como os da performer Empress Stah.
As companhias de teatro burlesco compostas no máximo por 10 elementos viviam
das contribuições populares aquando das suas performances ao ar
livre.Versavam temas convencionais da época como o ciúme, o adultério,
os afectos e mesmo alguns peças de comédias romanas e gregas perdidas no
tempo.
Muitas dessas peças romanas e gregas tinham personagens que satirizavam
escândalos locais, eventos da altura, gostos regionais, piadas variadas
de caríz cultural, etc. Ainda hoje conseguimos identificar muitas
dessas personagens que se foram afirmando na Commedia dell'arte, como o Arlequim, a Colombina, o Brighella, entre outros.
O Burlesco surge assim no século XIX nos chamados Music Hall dos EUA e
do Canadá, sendo estes espaços um conceito inglês, onde em resultado da
urbanização e da industrialização, se criou uma espécie de teatro
britânico de entretenimento popular composto essencialmente por música,
comédia e performances especiais (muitas vindas do circo, como
trapesistas, ventríloquos, comedores de fogo, marionetistas, entre
muitos outros).
Esses espaços surgiam como contraposição à ‘ordem dos
teatros tradicionais’, sendo que nos ‘Music Hall’ se podia consumir
álcool, estar em pé, sentarem-se em mesas, muito mais próximo da cultura
popular da época e consequentemente menos elitista.
Estes espaços foram muito populares entre 1850 e 1960 em Inglaterra,
E.U.A. e Canadá. Após a IIª Guerra Mundial entram em declínio com a
afirmação da televisão nas práticas culturais e com uma nova linguagem
musical radicalmente diferente que surgia e encontra outros espaços para
se afirmar: o rock’n’roll.
No entanto, deixou um legado muito relevante na produção artística,
desde a música ao teatro, sendo que o seu apogeu é considerado no
período entre as duas Grandes Guerras.
Ao Burlesco (que era essencialmente composto pela sátira, performances e
espectáculo de adultos), nos E.U.A. e Canadá, junta-se uma linguagem
especifica, mas mais alargada, o Vaudeville (termo que foi adulterado do francês, “voix de ville”, a voz da cidade), que era uma forma de arte
que se afirmou essencialmente desde o inicio de 1800 até 1930 e foi
buscar as suas origens aos espectáculos que se reealizavam nos saloons,
freak shows e nos chamados Dime Museums (instituições criadas para o
entretenimento e educação moral das classes pobres norte-americanas),
bem como à literatura burlesca.
O Vaudeville foi um das formas de arte mais populares nos E.U.A. nos
fins do século XIX. Todos os dias nos já referidos Music Hall eram
apresentados uma série de performances sem qualquer relação entre eles,
desde músicos (clássicos e populares), dançarinas, comediantes, animais
amestrados, mágicos, imitadores, acrobatas, pequenas peças de teatro e
inclusive a dada altura, pequenos filmes.
TEXTO: WIKIPÉDIA (versão brasileira)
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