HOJE NO
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Governo saca mais 38% de IRS
a cada trabalhador
Receita de IRS até Maio disparou 30% em comparação com o ano passado. Foram mais mil milhões de euros, apesar de o país ter hoje menos 230 mil pessoas com emprego do que em 2012
A
paixão pela austeridade e o desejo de ir "além da troika" alimentado
pelo governo intensificou a recessão de tal forma que as receitas
fiscais entraram em colapso, obrigando o executivo a mudar de estratégia
e a concentrar baterias no IRS - imposto que, ao contrário dos outros, é
quase impossível de evitar.
O resultado deste cerco ao IRS pode
ser agora avaliado com mais profundidade: o Estado já arrecadou mais
37,4% com cada trabalhador em Portugal que em 2012, valor que explode
até aos 62,2% se compararmos com 2011.
Segundo os últimos dados da
execução orçamental da Direcção-Geral do Orçamento, a receita de IRS
disparou 30,6% entre Janeiro e Maio deste ano - de 3,31 mil milhões para
4,51 mil milhões -, culpa do "enorme aumento de impostos". Se
considerarmos que os últimos números oficiais apontam para a existência
de 4,43 milhões de pessoas com emprego no país, a receita média do IRS
por trabalhador equivaleu a 981,5 euros, mais 37,4% que em 2012, como
veremos agora. É que ao olhar para 2012 vemos que nos mesmos cinco meses
até Maio o executivo foi buscar 3,31 mil milhões de euros em IRS a um
universo de 4,66 milhões de trabalhadores - o que dá uma receita média
de IRS por trabalhador de 714,6 euros. Ou seja, cada trabalhador está a
render este ano mais 267 euros. Se alargarmos a análise a 2011, o cerco
ao IRS toma dimensões ainda maiores.
Nos primeiros cinco meses de
2011, o Estado registou 2,94 mil milhões de euros em IRS. Nessa altura
ainda havia 4,86 milhões de pessoas com emprego em Portugal, razão pela
qual a receita de IRS equivalia a 605,3 euros por trabalhador - menos
376,2 euros que hoje. O aumento da receita do Estado com IRS por
trabalhador de 2011 para 2013 foi assim de 62,2%.
Se à evolução do
IRS juntarmos a redução de salários a que se assiste - mesmo quando
estes já estão 50% abaixo da média da UE27 - e o aumento do custo de
vida imposto pelo governo - com o aumento dos transportes e do IVA, por
exemplo -, e salientando que mesmo com isto tudo o défice está pior,
percebe-se o buraco em que "ir além da troika" meteu o consumo.
* Temos um governo de vampiros.
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