HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Eleita da Liga Norte apela
a violar ministra italo-congolesa
Uma deputada regional da Liga Norte apelou ontem à violação da ministra
da ministra da Integração italiana, a italo-congolesa Cécile Kyenge,
causando a indignação entre a classe política do país e levando á sua
expulsão do partido anti-imigração.
"Mas não haverá quem a viole
de uma vez, para ela perceber o que sente uma vítima desse terrível
crime? É uma vergonha!", exclamou no Facebook Dolores Valandro,
conselheira da região de Pádua, colocando uma foto de Kyenge na rede
social. Valandro comentava um artigo de um site especializado intitulado
"Todos os crimes do imigrantes". Desde a sua chegada ao Governo, em
abril, Kyenge já foi alvo de vários ataques.
*
Racismo Italiano ataca
Cecile Kyenge, a ministra negra
A formação do novo Governo italiano, antecedido de momentos exaltantes e até violentos, que marcou rotura com a sociedade de “mamma mia”
a ter na sua composição uma ministra negra, oriunda de um país não
colonizado pela antiga potência de expansão europeia na Líbia, Somália e
Eritreia, trouxe, uma vez mais a ribalta, o racismo acampado da
civilização europeia.
De seu nome Cecile Kyenge, a emigrante do Congo Democrático que
chegou a Itália, aos dezoito anos de idade, é casada com um italiano e
mãe de duas filhas, beneficiando-se de nacionalidade italiana.
Chegada em 1983 a Itália, Kyenge que tem 49 anos, é médica
oftalmologista e foi eleita deputada do Partido Democrata nas eleições
de Fevereiro último. Discriminada de “macaca congolesa” ou “zulua” na
sua longa luta pela concessão de cidadania aos nascidos em Itália,
independentemente da origem dos pais, tornou-se na primeira negra no
Parlamento italiano.
Depois de dois meses de eleições gerais de Fevereiro que mergulharam a
Itália num impasse político, Enrico Letta, de 46 anos e Chefe do
Governo, conseguiu a aprovação dos 17 nomes para os ministérios com
Cecile Kyenge, a ser sancionada no final de Abril findo para o Governo
pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que declarou “esperar que esse governo possa trabalhar rapidamente no espírito de cooperação fervorosa sem qualquer preconceito ou conflito,” antevendo reacções contra a Ministra negra.
Reagindo a sua nomeação, a Ministra de Integração declarou que “é
uma decisão que mostra um passo decisivo para mudar a Itália e o modo
de ver a integração que já é presente no país. Para mim, é uma grande
satisfação.”
A Ministra Kyenge que começou a arrumar a casa com a protecção dos emigrantes que de acordo com o Partido Democrata, “é
necessário dar uma resposta jurídica aos quase um milhão de menores,
filhos de pais estrangeiros que vivem no limbo burocrático porque
esperam obter a cidadania italiana, já que nasceram e cresceram na
península” mediterrânica, não teve peito para parar aos
insultos racistas de militantes de extrema-direita italiana
manifestando-se contra a concessão de nacionalidade aos menores
estrangeiros nascidos na Itália.
“Kyenge, vá para o Congo”. Lia-se num cartaz colocado na sede do Partido Democrata.
“Não podemos presentear com a cidadania italiana pessoas
estranhas à nossa cultura. Também não acreditamos num modelo de
sociedade multirracial como a dos bairros periféricos de Paris“, afirmou num comunicado o grupo de extrema-direita Forza Nuova comparando a vizinha França.
IN "TÉLA NÓN"
16/05/13
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