HOJE NO
"PÚBLICO"
Deco lança petição online para pôr fim
a comissões das contas à ordem
Desde 2007, as comissões cobradas nas contas à ordem já subiram 41%.
A Deco quer pôr fim às despesas de manutenção das contas à ordem,
considerando-as “abusivas” e penalizadoras dos consumidores com “menos
recursos”.
Com o propósito de pedir o fim dessas comissões, que desde 2007 subiram em média mais de 41%, a Deco lança hoje a recolha de assinaturas com vista à apresentação de uma petição na Assembleia da República.
Com o propósito de pedir o fim dessas comissões, que desde 2007 subiram em média mais de 41%, a Deco lança hoje a recolha de assinaturas com vista à apresentação de uma petição na Assembleia da República.
A petição
será realizada por via electrónica e vai decorrer até ao final do mês
de Agosto. Apesar de ser necessário um mínimo de quatro mil
assinaturas, a Deco pretende recolher o maior número possível de
assinaturas, de forma a sensibilizar os deputados para a importância de
colocar uma travão nestas despesas que, actualmente e em termos médios,
ascende a 60 euros anuais, disse ao PÚBLICO Joaquim Rodrigues da Silva,
jurista da Deco.
Em 2007, antes da crise começar, as comissões
médias anuais situavam-se em 42 euros, valor que actualmente já está em
60 euros, adiantou o jurista, destacando que, “se nada for feito, podem
rapidamente atingir os 120 euros”.
Joaquim Rodrigues da Silva
relembra que ainda há poucos anos o saldo das contas à ordem eram
remunerado pelos bancos. Em sentido inverso, o jurista destaca que,
actualmente, os bancos cobram comissões de forma unilateral.
Destaca
ainda que a estratégia dos bancos de isentar os clientes através da
subscrição de alguns produtos financeiros, como as contas ordenado, não
abrangem todos os clientes, e, em algumas situações, os consumidores
precisam de ter mais de uma conta.
Na petição, a Deco sustenta
que a cobrança de comissões nas contas à ordem é abusiva “porque o
dinheiro depositado pelos consumidores não é um fardo para os bancos”.
salienta ainda que, “na verdade, os bancos precisam destes fundos para
se financiarem e gerarem mais dinheiro”, e que “assim que entram na
conta do cliente, os fundos são aplicados e investidos em benefício dos
seus fiéis depositários”.
A este propósito a Deco pergunta se ao suportar esta comissão, não estará o consumidor a pagar para emprestar dinheiro ao banco?
A
associação questiona o facto de serem os clientes com menos património
que pagam comissões mais elevadas que, em média, podem ser até “cinco
vezes mais” face ao que é cobrado aos clientes com património elevado.
A
associação destaca que com o aparecimento do homebanking, as tarefas
que antes eram imputadas aos funcionários bancários - pagamentos,
transferências, consultas de saldos e movimentos, por exemplo - passaram
a ser realizadas pelos consumidores. Sem prestarem um serviço, os
bancos nada deveriam poder cobrar pela simples detenção de uma conta à
ordem.
Destaca ainda que “os clientes bancários já pagam a
anuidade dos seus cartões, bem como pela requisição de cheques e por
outros serviços associados às contas à ordem. Somar a estas despesas uma
comissão de manutenção é cobrar duas vezes pelo mesmo serviço”.
A
petição da Deco surge pouco tempo depois de um projecto do Partido
Socialista, que pretendia limitar as comissões bancárias em geral e
uniformizar as suas designações, ter sido travada na Assembleia da
República. O falhanço da proposta do PS de limitar as comissões
bancárias a custos efectivamente incorridos, não desmotiva a Deco, que
defende, por esse motivo, que é importante que a petição recolha um
número significativo de assinaturas.
*Há muito tempo que identificámos os agiotas!
.
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