HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Professores e investigadores
protestam junto a Ministério
Os professores do ensino superior e investigadores vão manifestar-se no
sábado em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, contra os cortes
nas instituições e a "instável" situação laboral dos docentes,
anunciaram hoje os sindicatos.
Representantes
do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) e da Fenprof
apresentaram hoje "um conjunto de ações em defesa do emprego, da
dignidade das carreiras e em defesa do ensino", explicou Rui Salgado,
coordenador do departamento do Ensino Superior e Investigação da
Federação Nacional de Professores.
"Quando as duas principais
organizações sindicais se juntam pelo ensino superior e pela ciência é
porque algo de muito grave se está a passar. Estes recentes cortes ao
financiamento colocam muito seriamente em causa o trabalho das
instituições e a qualidade do ensino e investigação", alertou António
Vicente, presidente da direção do SNESup, sublinhando que o ensino
superior.
Os professores e investigadores começam hoje uma "Semana
pelo Ensino Superior e Ciência" e, no sábado, vão sair à rua para
chamar a atenção para o que se passa.
Professores que vivem sob a
ameaça de serem despedidos, a investigação em risco, as dificuldades de
alguns docentes conseguirem acabar os seus doutoramentos e a divulgação
das vagas para o próximo ano são algumas das razões que levam os
docentes a manifestarem-se.
Os professores estão contra a proposta
de lei sobre o sistema de requalificação dos trabalhadores da função
pública (a antiga mobilidade especial) apesar de reconhecerem que o
documento já salvaguarda especificidades da carreira docente dos
professores do ensino superior e de investigador.
No entanto, o
documento "deixa no ar a ameaça de despedimentos" e é "uma provocação
aos docentes do ensino superior: Querem requalificar as pessoas mais
qualificadas do país?", criticou António Vicente, durante a conferência
de imprensa realizada hoje em Lisboa.
A fixação de vagas para o
próximo ano letivo é outro dos "problemas" identificados pelos dois
sindicatos, que lamentam que "apenas no passado dia 11 o secretário de
estado tenha assinado o despacho com as vagas", lembrou António Vicente.
Os
sindicalistas alertaram ainda para a falta de apoio aos docentes que
estão a tirar doutoramentos, referindo-se à mudança legislativa que, em
2009, veio obrigar que todos os docentes do ensino superior fossem
doutorados, atingindo particularmente os professores dos politécnicos.
A
legislação define que os professores estão isentos de pagar propinas,
"no entanto, há um ping-pong entre politécnicos e universidades e muitos
colegas estão a pagar propinas. Além disso estão a trabalhar mais horas
acima do máximo que deveriam", denunciou António Vicente.
Outro
dos problemas que leva os professores a manifestarem-se é a falta de
aprovação do regime do pessoal docente e de investigação das
instituições privadas. Segundo os dois sindicatos, em algumas
instituições particulares reina a "selvageria" por falta de legislação
que coloque estes profissionais em situação semelhante à dos que
trabalham em institutições públicas.
A proposta de Orçamento
Retificativo para 2013 também merece criticas ao "agravar ainda mais a
situação do ensino superior com a cativação de 2,5% de dotações. Este é
um corte a acrescentar a todos os outros que têm sido feitos na
diminuição do financiamento das instituições", referiu Rui Salgado.
"Começa
a haver a transformação da indignação em iniciativas e ações
concretas", lembrando que os professores e investigadores também vão
aderir á greve geral de 27 de junho, acrescentou.
* O ministério de Nuno Crato é a negação da educação, uma grande parte da massa cinzenta deste país é paga a tostões.
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