HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Cavaco pede a Ministério da Educação
que seja rigoroso
O Presidente da República disse hoje desconhecer o relatório que envolve a licenciatura de Miguel Relvas, mas pediu ao Ministério da Educação que seja rigoroso para reafirmar a "exigência e qualidade" do ensino português.
"Eu não conheço o relatório, só o ministro da Educação é que o
conhece, eu espero é que o Ministério da Educação não deixe de ser, como
agora terá sido - embora eu não tenha informação em detalhe -, rigoroso
de forma a reafirmar e reafirmar a exigência e qualidade do nosso
ensino", afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas à margem
da inauguração da nova refinaria da Galp em Sines (Setúbal).
O chefe de Estado sublinhou que Portugal tem vindo a "marcar pontos"
na qualidade do ensino universitário e deixou um apelo: "Não podemos
permitir que uma qualquer instituição possa pôr em causa a reputação do
ensino universitário português no plano internacional".
Na quinta-feira, horas depois de ser conhecido o pedido de demissão
de Miguel Relvas, o Ministério da Educação anunciou que vai enviar para o
Ministério Público o relatório da Inspecção-Geral de Educação e Ciência
(IGEC) que envolve a licenciatura de Relvas, para que este decida sobre
a "invalidade de um ato de avaliação de um aluno".
No relatório, a IGEC propõe a declaração da nulidade da licenciatura de Miguel Relvas obtida na Universidade Lusófona.
Miguel Relvas apresentou na quinta-feira a sua demissão do Governo,
ao fim de 22 meses e várias polémicas, garantindo que sai por "vontade
própria" e por falta de "condições anímicas".
Esta é a primeira demissão de um ministro no Governo de coligação
PSD/CDS liderado por Pedro Passos Coelho. Até agora, as quatro
anteriores mexidas no executivo apenas tinham afectado secretarias de
Estado.
* É bom que haja rigor em todos os ministérios, não tem que ser apenas na Educação, no entanto a memória do sr Presidente está comprometida ao esquecer-se que o pior ministro da Educação da Terceira República foi Couto dos Santos num dos governos de Cavaco Silva e o segundo pior foi Manuela Ferreira Leite também sob a batuta do mesmo primeiro ministro, na altura pouco rigoroso com os seus ministros.
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