05/04/2013

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HOJE NO
" RECORD"

Blatter não quer tirar pontos a 
clubes devido a racismo

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, revelou esta sexta-feira reticências na retirada de pontos ou suspensão dos clubes cujos adeptos sejam culpados de comportamentos racistas e violentos, afirmando ser complicado executar tais medidas.

Blatter defendeu, em janeiro passado, que multar financeiramente os clubes nessas circunstâncias, ou ordenar a realização de jogos à porta fechada não era penalização suficiente, apontando, então, a possibilidade de subtração de pontos ou mesma a sua suspensão das provas.
Porém, em declarações divulgadas esta sexta-feira pelas agências internacionais, o presidente da FIFA reconheceu a dificuldade nesse empreendimento: "Até onde iremos? Onde teremos de parar?".

"Poderemos terminar com a violência ou o racismo nos estádios tirando pontos ou suspendendo clubes? Ou isso fará com que os adeptos se organizem para levar à suspensão dos jogos", disse o responsável durante uma visita à empresa que monitoriza o sistema que impede a manipulação de resultados desportivos.

Segundo Blatter, medidas com a dimensão referida poderão levar os "hooligans" a organizar-se "propositadamente para provocar problemas".

Ao encontro da "tolerância zero" decretada por Blatter na sua batalha contra a violência e o racismo, a FIFA defendeu, em comunicado, que "a prevenção deve andar de mão dada com a punição, mesmo que os adeptos abusem do sistema, independentemente da capacidade de implementação das medidas".

"As palavras de Joseph Blatter não devem ser consideradas, de nenhuma forma, um recuo na sua firme posição de defesa de sanções contra quaisquer atos de racismo", sublinha o comunicado.

A dúvida de Blatter é conhecida no dia em que o Leixões, da 2.ª Liga, foi penalizado com um jogo à porta fechada, pelo Conselho de Justiça da federação Portuguesa de Futebol, devido a comportamentos racistas dos seus adeptos.

* Se a FIFA revela que tem medo de impôr sanções severas para combater o racismo vai ser um regabofe. Mas o racismo não se reeduca nos estádios, é uma questão de educação no seio da família e também na escola, assente em valores de respeito com aceitação implícita do direito à diferença, seja ela qual for.


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