HOJE NO
"PÚBLICO"
Agência que avalia universidades acusa Lusófona de "proteger Relvas"
O presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino
Superior, Alberto Amaral, acusou nesta sexta-feira a Universidade
Lusófona de “proteger Miguel Relvas” no processo de licenciatura,
forçando o Ministério da Educação a enviar o processo para tribunal.
Em
declarações à agência Lusa, Alberto Amaral diz que, da leitura do que
escreveu a Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), "é óbvio que a
instituição tentou proteger o ministro Miguel Relvas". A
universidade, "que praticamente nada diz em relação a todo o processo,
vem depois dizer, em relação ao exame, que já passou tempo demasiado
para poder actuar, e que havia direitos adquiridos”, afirmou o
presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior à
Lusa.
O Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, anunciou na
quinta-feira que ia enviar o processo da licenciatura de Miguel Relvas
para tribunal, depois de a IGEC ter proposto a declaração da nulidade da
licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais pela
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). Em causa está
o facto de Miguel Relvas ter feito a cadeira de Introdução ao
Pensamento Contemporâneo com apenas uma “discussão oral de sete artigos
de jornal" de sua autoria, apesar de o regulamento interno da
universidade exigir um exame escrito.
A análise da IGEC cita a
argumentação da Lusófona para não retirar a licenciatura: “A atribuição
do grau de licenciado é constitutiva de direitos, pelo que, mesmo que
fosse inválido, não poderia agora ser revogado pela ULHT, por ter
decorrido o prazo dentro do qual o poderia ser”.
Para Alberto
Amaral, esta é a razão pela qual o processo é enviado para tribunal:
“Quem deveria emendar a situação era a universidade, mas como a
instituição vem dizer que está tudo bem e não emendou, o ministro tem de
mandar para o tribunal administrativo, para se corrigir a situação”.
“Pelo relatório da inspecção, depreende-se que o relatório da Lusófona é
perfeitamente obscuro”, conclui Alberto Amaral.
Por sugestão da
IGEC, Nuno Crato decidiu mandar realizar uma “acção inspectiva” e, caso
sejam detectadas inconsistências nas creditações, poderão ser aplicadas
"sanções adequadas à instituição" e os casos participados ao Ministério
Publico.
Questionado sobre as sanções que a Lusófona poderá
sofrer, Alberto Amaral admitiu a possibilidade de alguns cursos
acabarem: “Pode haver cursos encerrados. Havendo problemas na forma como
os cursos são geridos, pode haver perda de acreditação de alguns
cursos”, alertou.
No dia em que se tornou público o relatório
realizado pela IGEC, Miguel Relvas apresentou a sua demissão do Governo,
ao fim de 22 meses e várias polémicas, garantindo que sai por “vontade
própria” e por falta de “condições anímicas”.
Esta é a primeira
demissão de um ministro no Governo de coligação PSD/CDS liderado por
Pedro Passos Coelho. Até agora, as quatro anteriores mexidas no
executivo apenas tinham afectado secretarias de Estado.
* Já basta de Miguel Relvas, tem de passar a ser um "não assunto" porque, ao contrário do que ele pensa, a história não lhe dedicará um único parágrafo.
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