HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Piloto português de François Bozizé
chega a Lisboa
O piloto português de François Bozizé, Presidente deposto na tomada de poder na República Centro Africana, chegou hoje de manhã a Lisboa trazendo "apenas a roupa" que vestia mas feliz por ter sobrevivido a ameaças e ataques à própria vida.
OS QUE MAIS SOFREM |
Vítor António, de
59 anos, piloto do Presidente François Bozizé, chegou ao aeroporto da
Portela hoje de manhã, vindo de um voo a partir de Paris e acompanhado
pelo filho, Bruno António.
"Estive sob intenso tiroteio de
intimidação (...), tive de me resguardar algumas vezes. Houve tentativas
várias de grupos isolados para me retirarem de dentro de casa", disse
aos jornalistas o piloto, que garante ter temido pela vida diversas
vezes na última semana.
A capital da República Centro-Africana,
Bangui, está em sobressalto desde domingo, quando rebeldes da coligação
Séléka tomaram de assalto o palácio presidencial e assumiram o poder no
país, depondo o Presidente François Bozizé, que acusam de não respeitar o
acordo de paz assinado no início do ano.
O piloto Vítor António,
que se encontrava no país há três anos, considera-se atualmente
"desempregado", até porque o seu "patrão está refugiado e isolado".
Um
eventual regresso ao país, sublinha, apenas sucederá "se estiverem
reunidas as condições de segurança" que, diz, lhe foram retiradas.
TÃO NOVOS E JÁ MATAM |
"Nessa
medida voltarei mas não para fazer as operações como estava a fazer até
agora, uma vez que eram classificadas e de alto risco e não mereciam da
comunidade internacional qualquer tipo de apoio", declarou.
Vítor
António destacou também o trabalho desenvolvido pelas entidades
portuguesas e francesas na sua retirada em segurança do país.
O
filho do piloto, por sua vez, diz que nunca houve uma situação "tão
grave como esta" envolvendo o seu pai, mostrando-se feliz com o regresso
a Portugal de Vítor António.
Contudo, admite, se o pai quiser voltar à República Centro-Africana, não será o filho a "impedir a situação".
O
chefe de Estado deposto da República Centro-Africana conseguiu escapar
ao ataque dos rebeldes e, segundo já foi confirmado, está refugiado nos
Camarões, enquanto a família foi acolhida na vizinha República
Democrática do Congo.
O cônsul de Portugal na República
Centro-Africana disse na terça-feira à agência Lusa que a situação no
país começou a normalizar.
* No fio da navalha
.
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