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Pechinchas na net atraem portugueses
Portugueses abaixo da média europeia na utilização da Internet. Já nas compras online estão entre os primeiros devido à procura do mais barato
Três milhões de portugueses vivem alheios ao que se passa na net. Nunca a
usaram. A infoexclusão é uma realidade para 35% dos cidadãos. Nas
compras online, pelo contrário, estamos entre os primeiros.
O relatório da Eurostat sobre o uso familiar e
individual da Internet em 2012 revela um "país a duas velocidades",
comenta João Canavilhas, professor da Universidade da Beira Interior. "A
tendência tem sido estarmos um pouco aquém da média europeia", começa
por dizer, na véspera do dia da Internet Segura, que hoje se assinala.
"Somos melhores, sim, na adoção rápida de nova tecnologia. O que
acontece é que temos uma franja de população sempre ligada e depois uma
brecha digital."
A posição de Portugal na tabela dos compradores
online reflete um tipo de utilizador particular, na leitura de João
Canavilhas. Neste top, Portugal está em 11.o entre os 27 países. "Temos
um utilizador intensivo e jovem adulto", descreve, apreciador da
"consulta de sites de leilões e de descontos, como a Goupon, ou de
produtos em segunda mão." As compras online ficam a preço reduzido,
explica, porque tiram do circuito a margem de lucro do vendedor, e o
português gosta de uma boa pechincha, além de ofereceram cada vez mais
garantias de segurança.
Pela negativa, sobressai do relatório o
número de infoexcluídos, embora o valor lhe pareça elevado. "O Farmville
e o Skype têm atraído idosos para a Internet e há um maior interesse
dos reformados em cursos de informática."
O retrato europeu do uso
da Internet dá conta de 23% de excluídos das atividades online, fruto
da fraca penetração em países do Leste, de que é exemplo Roménia e
Bulgária, em contraste com a massificação da Internet nos países no
Norte. Na Suécia, Luxemburgo e Dinamarca são poucos os que não estão
familiarizados com o universo digital. Faz parte da vida de 90% da
população.
Em Portugal, 60% dos indivíduos estiveram ligados
online em 2012 e destes, cerca de 20%, acederam sem ser no lar ou local
de trabalho, através do computador e telemóvel. Pior só a Bulgária,
Itália, Hungria, Lituânia e Roménia. No polo oposto, seis estados -
Dinamarca, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Finlândia e Suécia -, onde 50%
da população tem net em contínuo. O relatório destaca os 60% de jovens
europeus (16/24 anos) com permanente ligação à Internet.
* As pechinchas ficam por vezes muito caras.
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