HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Novo dono da ANA recebe
aeroportos em crescimento
O mercado europeu da aviação está a sofrer com a crise. Tudo
indica que o tráfego aéreo vai fechar 2012 em queda e em 2013 não se
antevêem melhorias de desempenho para as companhias aéreas da região,
segundo as previsões da IATA. Menos negócio para as companhias aéreas,
significa menos taxas a pagar aos aeroportos. No entanto, os aeroportos
portugueses, no seu conjunto, mostram alguma resistência.
O
novo accionista da ANA vai receber um conjunto de activos que, no seu
todo, deverá registar um ligeiro crescimento, segundo as últimas
estimativas.
O aeroporto de Lisboa é o principal
foco de atenção do negócio da privatização da ANA. Não só é a
infra-estrutura que gera mais dinheiro, mas é o "hub" que tem potenciado
o tráfego com África e a América Latina. A Portela é a estrela do
conjunto de infra-estruturas geridas pela ANA. Dos oito aeroportos
nacionais detidos pela empresa aeroportuária, ainda controlada pelo
Estado, é o que gera mais tráfego – e consequentemente mais receitas – e
é o que continua a crescer apesar da conjuntura. Até Outubro, o
Aeroporto de Lisboa cresceu 1,1%. No entanto, não foi suficiente para
evitar a quebra geral nos aeroportos nacionais, que recuaram 1,1% nos
primeiros dez meses do ano.
Em termos globais, a ANA
estima que nos seus aeroportos seja registada uma taxa de crescimento
de 0,8% em tráfego de passageiros, para uma estagnação ao nível dos
movimentos de aeronaves e um incremento marginal de 0,8% no segmento de
carga aérea, segundo o relatório e contas da ANA de 2011.
Em
termos particulares, só a TAP, o maior cliente da ANA, prevê um
crescimento anual de 5% ao ano, nos próximos cinco anos, tendo já
atingido em Dezembro de 2012 os 10 milhões de passageiros. O que
significará mais taxas a pagar à gestora de infra-estruturas.
O
novo accionista da ANA também poderá capitalizar o investimento já
realizado na expansão do aeroporto de Lisboa. Só em 2012 foram
investidos cerca de 28,5 milhões de euros, de um total de 380 milhões
previstos para o plano de expansão até 2013. E isso permitiu melhorar a
área de restauração e de lojas, o que também significará mais receitas
para o novo accionista. Assim, a infra-estrutura da capital ficará com
uma capacidade de processamento de aeronaves de 36 para 40
movimentos/hora e de passageiros de 3.200 para 4.320/hora.
Noutro
plano, com o encaixe previsível de até três mil milhões de euros, o
Estado poderá assegurar uma "arma" importante para o equilíbrio das
contas públicas.
Estado poderá encaixar até três mil milhões
Chegaram a ser cinco concorrentes, mas apenas quatro apresentaram
propostas vinculativas a 14 de Dezembro. A CCR que não passou à fase
final, acabou por se unir à Zurich. Os franceses da Vinci são os melhor
posicionados para ganharem a privatização da ANA, tendo em conta apenas o
preço que estão dispostos a pagar.
O último Conselho de Ministros do ano, que decorre esta quinta-feira,
irá definir quem será o novo dono dos aeroportos portugueses.
* Já nos estão a amputar, que os anéis há muito que foram.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário