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Pais querem mais autoridade para as escolas ajudarem famílias em risco
A Confederação
Nacional das Associações de Pais vai propor no parlamento que as escolas
tenham poder para ajudar as famílias que ficam subitamente sem
rendimentos suficientes para manter os filhos a estudar.
O
presidente da Confap, Albino Almeida, alertou esta terça-feira para os
inúmeros casos de famílias que estão a viver situações dramáticas, mas
não têm direito a Apoio Social Escolar (ASE) devido ao seu rendimento
bruto.
Em declarações à Lusa, Albino Almeida deu exemplos de quem
tem salários penhorados ou outras dívidas que consomem a maior parte do
orçamento familiar. À Confap chegam "todos os dias" relatos de
encarregados de educação com dificuldades em comprar o material escolar,
pagar as refeições ou o transporte.
"A escola só pode conceder
ASE quando a Segurança Social atribui o escalão 1 ou 2 do abono de
família. Todos os outros não têm direito, mesmo quando estão em
situações gravíssimas. Por isso, defendemos que as escolas tenham margem
de manobra para poder analisar caso a caso", defendeu Albino Almeida.
O
presidente da confederação de pais lembrou a história de uma família
que tem um rendimento mensal de 973 euros e estão "à beira da
insolvência": "Eles estão no escalão três do abono de família, ou seja
recebem mensalmente 26,50 euros. Ora, a filha deste casal, que é uma
aluna de mérito, não tem direito a apoio social escolar. A família está
sobreendividada, não consegue comprar os manuais escolares e está a ter
muitas dificuldades em manter a filha na escola".
Para Albino
Almeida, a ação social escolar "tem de ser dinâmica para dar resposta
aos casos diários que aparecem nas escolas. Há famílias que têm
rendimentos brutos mas depois têm os ordenados penhorados. As escolas
conhecem os casos pessoalmente, podem analisar as situações
individualmente".
A proposta da Confap será apresentada
quarta-feira no parlamento durante a audiência que a confederação tem
agendada com o grupo parlamentar do PS e, na próxima semana, a sugestão
volta a ser feita aos deputados da Comissão Parlamentar de Educação.
Hoje
foi tornada pública a decisão governamental de alterar as regras de
atribuição do abono de família, de forma a garantir uma revisão do
escalão de abono em 90 dias. A portaria deverá entrar em vigor na
próxima semana, resolvendo os inúmeros casos de famílias em dificuldades
financeiras que não tinham direito a apoios sociais porque as suas
declarações de rendimentos diziam respeito à situação vivida no ano
passado, tal como foi denunciado na semana passada pela Lusa.
"Esta
medida vem colmatar uma falha legislativa da segurança social, que
estava a impedir que as pessoas pudessem beneficiar de ação social
escolar quando a sua situação financeira se alterava", saudou o
presidente da Confap.
No entanto, Albino Almeida salienta que
esta mudança "não resolve todos os problemas" que se sentem nas escolas:
"A segurança social resolveu um problema com esta portaria, mas ficou
aqui um outro problema. Que são situações excecionais de comprovada
dificuldade das famílias. Convinha que as escolas ou autarquias tivessem
margem de manobra para decidir e é isso que vamos sugerir que seja
feito", revelou à Lusa.
* É bom que as crianças sejam as menos atingidas pela crise que nos assola que potencia crise de valores, a escola deve ser lugar de excelência para igualdade e fraternidade social, criar estigmas pela posição económica devia ser crime, marginalizar crianças também.
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