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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Jardim estranha coincidência entre incêndios e declarações sobre bombeiros
O
presidente do governo regional da Madeira disse, esta terça-feira, que
os fogos que assolaram a ilha provocaram um cenário "dantesco" e
considerou como "estranha coincidência" os incêndios terem ocorrido após
as suas declarações sobre os bombeiros.
"O que acabei de
ver é dantesco. As pessoas, há medida que forem circulando no concelho
de Santa Cruz, vão ter uma imagem que parece que houve aqui um
bombardeamento de napalm", afirmou Alberto João Jardim, que está a
realizar uma visita aos concelhos afetados pelos incêndios da última
semana.
Em Santa Cruz, onde 40 casas foram destruídas pelo fogo, o
governante manifestou preocupação pela "enorme quantidade de zona
agrícola ardida".
O responsável adiantou que "estão identificadas
as pessoas que precisam de habitação", explicando que algumas optam pelo
apoio em dinheiro para comprar material para poderem ficar instaladas
nas suas próprias casas.
Segundo o governante, outras não quiseram habitações do governo, optando por ficar alojadas em casas de familiares.
"No
campo agrícola aqui no concelho montámos uma espécie de delegação da
secretaria regional do ambiente para orientar as pessoas a preencher a
papelada para ter os apoios europeus", explicou Alberto João Jardim.
O
governante destacou a necessidade de limpar algumas zonas sobranceiras
às estradas, "para evitar deslizamentos" de rochas ou de pedras, e de
substituir algumas condutas de água que foram destruídas pelos
incêndios.
A este propósito explicou que existem moradores que estão a ser abastecidos com água através de camiões cisterna.
Questionado
sobre se este cenário poderia ter sido evitado se houvesse mais
bombeiros, Alberto João Jardim respondeu negativamente.
"Sobre os
bombeiros que existem, mantenho o que disse há dias. Aliás, é uma
coincidência estranha depois do que disse isto suceder", afirmou o
governante.
A 12 de julho, Alberto João Jardim disse que o governo madeirense não estava disposto a pagar 50 bombeiros onde só basta ter 30.
"Quanto
aos bombeiros a questão é muito simples: em vez de quererem ser
bombeiros municipais, foram-se fazendo associações. Depois o Governo
foi-lhes fazendo as sedes, o equipamento que têm também foi o Governo
que pagou e algumas associações, não todas, foram metendo gente sem ser
preciso. E agora são eles {associações] que têm que resolver o
problema", argumentou o governante madeirense.
A 12 de julho
realizou-se na Madeira um protesto da Associação dos Bombeiros
Profissionais para alertar "para a degradação das condições de trabalho e
de vida dos bombeiros profissionais das associações humanitárias do
Funchal, Machico e Santa Cruz".
"Não estou a levantar suspeitas
sobre os bombeiros, estou a levantar suspeitas é sobre a coincidência
que houve de uma ação feita aqui na Madeira, não pelos bombeiros de cá -
porque a maior parte dos bombeiros de cá até nem estão filiados nessas
organizações", declarou.
Alberto João Jardim considerou igualmente que este "é um problema que cabe investigar à Polícia Judiciária".
O
governante reiterou que "há bombeiros a mais em uma ou duas corporações
e só nessas", desabafando que "esta situação excecional até parecia que
era para provar que não havia bombeiros a mais".
Antes de seguir
para a Ribeira Brava, onde continuou a ver as consequências dos fogos,
Jardim elogiou o trabalho dos bombeiros que "atuaram inteligentemente",
sublinhando a estratégia de "defender as casas e deixar arder o que era
mato".
Durante a tarde, Alberto João Jardim vai visitar os concelhos Calheta e Porto Moniz.
* Os verdadeiros "incendiários" na Madeira são os governantes. Se o Governo Regional autorizou a proliferação de associações de bombeiros é porque lhe convinha fosse qual o motivo. Atentar ao bom nome dos bombeiros é uma pulhitiquisse.
Por causa dos pulhíticos madeirenses são as populações que sofrem.
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