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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Mulheres trabalham menos
mas estão mais com os filhos
As mulheres portuguesas trabalham, em média, menos quatro horas semanais dos que os homens, mas dedicam 23 horas por semana a cuidar dos filhos e 17 às tarefas domésticas, segundo um relatório do Observatório das Famílias.
O relatório anual
do Observatório das Famílias e das Políticas de Família (OFAP) diz que
"a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho é pautada
por diferenças de género de ordem vária: as mulheres têm remunerações
mais baixas, posições mais desqualificadas e mais precárias e trabalham,
em média, menos quatro horas semanais do que os homens".
Contudo,
Portugal está muito longe da diferença de 10 horas de trabalho entre
homens e mulheres registada em países como a Irlanda, a Alemanha e a
Holanda, em parte resultante do forte peso que o trabalho feminino a
tempo parcial tem nestes países, adianta o documento publicado no site
da OFAP.
Relativamente ao cuidado com os filhos, os homens
portugueses dedicam, em média, 16 horas por semana a esta tarefa,
estando ainda longe das 23 horas registadas pelas mulheres, em valores
médios.
"Esta distância de sete horas entre os cuidados prestados
no feminino e no masculino é inferior à diferença média europeia de
doze horas, e está longe da de países em que atinge valores muito
superiores, como a Noruega, a Estónia ou a Holanda", refere o relatório
elaborado por Karin Wall, Sofia Aboim, Mafalda Leitão e Sofia Marinho.
Embora os noruegueses e os holandeses ultrapassem largamente a média
europeia de 18 horas de cuidados no masculino, ao contrário dos
portugueses, que estão ligeiramente abaixo da média, curiosamente,
nestes países, a diferença entre homens e mulheres é muito superior à
portuguesa, assim como é superior o número de horas de cuidados
prestados pelas mulheres.
Segundo o relatório, esta situação pode,
em parte, ser explicada pelas especificidades dos regimes de trabalho e
de género e das políticas públicas de articulação trabalho/família
destes países.
No que toca ao número de horas de trabalho
doméstico, as mulheres portuguesas trabalham, em média, mais 10 horas do
que os homens, embora esta diferença tenha diminuído três horas, em
relação aos valores médios de 2002.
No entanto, esta diminuição
deve-se à redução do número de horas de trabalho doméstico que as
mulheres fazem, que passou de 20 para 17 horas, aproximando-se da média
europeia de 16 horas, e não ao aumento da participação dos homens nestas
tarefas, que se mantém nas sete horas, situando-se ligeiramente abaixo
da média europeia (oito horas).
Os resultados provisórios do Censo
2011 indicam que 12 por cento da população possui o ensino superior e,
desta, 61% são mulheres, "retratando o protagonismo feminino na profunda
alteração ocorrida na estrutura de qualificações da população
portuguesa".
A maior percentagem de atividade feminina (88%)
encontra-se na faixa etária dos 25 aos 34 anos, fase da vida pessoal em
que se tende a entrar na vida conjugal e a ter filhos, mantendo-se nos
87% na faixa dos 35/44 anos, em que muitas mulheres ainda estão a ter
filhos ou têm filhos em idade escolar.
* Desigualdade do género, injustamente.
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