02/05/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

70% das farmácias em dificuldades 

As medidas implementadas no sector do medicamento que visam a redução da despesa pública, estão a deixar o sector farmacêutico em apuros. Segundo o estudo “Avaliação Económica e Financeira do Sector das Farmácias”, apresentado esta quarta-feira, em Lisboa, as farmácias vão apresentar em 2012, no final do ano, termos médios, um resultado líquido negativo de 39 891 euros. 

 Segundo o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), João Cordeiro, o número de farmácias que encerraram ainda não é significativo, mas acrescentou que já pediram insolvência mais de cem. O estudo mostra o cenário negro que desde 2010, se tem vindo a agravar.

 Estima-se que este ano, cerca de 70% estejam em dificuldades. “Hoje, se formos à farmácia não vemos o stock que existia há 4/5 anos atrás. O utente tem de se deslocar mais do que uma vez à farmácia para conseguir ter todos os medicamentos que constam na sua receita, isto por causa das reduções de stock a que fomos obrigados”, afirmou. Quanto a soluções, João Cordeiro aponta a redução de despesas em termos de quadros de pessoal. “Foi constituído um grupo de trabalho formado por responsáveis do Ministério da Saúde e da Associação de Farmácias, onde foram apresentadas soluções. Estas passam pela alteração da lei relativa aos quadros técnicos das farmácias, nomeadamente na redução do período de funcionamento dos estabelecimentos de 50 para 40 horas, e nesta situação a redução de pessoal, para apenas um director técnico e um farmacêutico”, explicou. 

Dissociar os lucros das farmácias dos preços dos medicamentos, fixando um valor por medicamento é outras das medidas que a ANF apresentou. João Cordeiro criticou ainda o facto de não haver redução dos preços na área hospitalar, uma vez que esta é da competência do Ministério da Saúde. “Este ano, seria o ano das reduções nos hospitais e até agora só o sector privado é que sofreu mudanças”, afirmou, demonstrando o seu descontentamento para o facto da legislação da DCI (Denominação Comum Internacional) ter sido aprovada no final de Janeiro e ainda não estar regulamentada. No final da conferência, o presidente da ANF, ressalvou que não tem havido quebra de consumo nos medicamentos comparticipados e que apesar das reduções impostas pelo Governo, os utentes estão a pagar menos do que pagavam há três anos, pelos medicamentos comparticipados.

 “A quebra dos medicamentos não é em unidades, mas sim em valor. Medicamentos que custavam 35 euros passarem a custar 5, o que provoca um impacto brutal no nosso sector”, afirmou. 

* - Psst, oh sr. Cordeiro, se o medicamento custava 35 euros e agora custa 5 pode explicar porque havia este lucro desmedido, pode haver uma razão que não descortinamos.

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