Ferreira do Alentejo é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com cerca de 4 800 habitantes.
É sede de um município com 648,45 km² de área e 8 132 habitantes (2009)[1], subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Alcácer do Sal e do Alvito, a leste por Cuba e por Beja, a sul por Aljustrel, a sudoeste por Santiago do Cacém e a oeste por Grândola.
Região: Baixo Alentejo
Distrito: Beja
Freguesias: 6
(Alfundão, Canhestros, Ferreira do Alentejo, Figueira de Cavaleiros, Odivelas, Peroguarda)
Área Ocupada: 652,350 Km2
População: 9010 indivíduos
Densidade Populacional: 13,1 hab/km
Taxa de Natalidade H/M: 8.9 Permilagem
Taxa de Mortalidade H/M: 18.3 Permilagem
Taxa de Envelhecimento H/M: 194.8%
Capacidade de Alojamento dos Estabelecimentos Hoteleiros: 182 Lugares
Taxa de Ocupação dos Estabelecimentos Hoteleiros: 5.3%
Estada Média por Hóspede em Estabelecimentos Hoteleiros: 2/3 Noites
Sociedades Sedeadas: 196
Sociedades do Sector Primário: 25,0%
Sociedades do Sector Secundário: 12,8%
Sociedades do Sector Terciário: 62,2 %
Taxa de Desemprego H/M: 10.4%
HISTÓRIA
A VILA DE FERREIRA
Na província do Alentejo, três léguas ao ocidente da cidade de Beja, tem seu assento a vila de Ferreira, em lugar um pouco mais elevado que os terrenos circum-vizinhos, que são inteiramente planos.
Segundo a tradição, foi no tempo dos romanos uma cidade com o nome de Singa, na qual se fez celebre uma matrona, defendendo valorosamente a porta do castelo da mesma cidade, por ocasião da invasão dos godos e suevos. Em memoria deste feito, dizem que tomara esta povoação por armas a figura de uma mulher com dois malhos nas mãos, brasão que a vila actual adoptou como prova da sua antiguidade. No principio do século passado (18) ainda se viam junto á vila, para o lado do nascente, restos de edifícios em uma extensão de meia légua.
A cidade de Singa, se com efeito ali existiu, perdeu-se como muitas outras na entrada dos árabes. Do começo da vila de Ferreira não encontramos noticias. O seu foral de vila foi lhe dado por el rei D. Manuel em 5 de Março de 1517.
Sobre um monte, ao nascente da vila, vê- se o seu antigo castelo, cercado de muros com barbacã e nove torres.
Ferreira tem uma só paroquia, dedicada a Nossa Senhora d Assunção e conta perto de dois mil habitantes.
Gentílico | Ferreirense |
Área | 648,45 km² |
População | 8 132 hab. (2009[1]) |
Densidade populacional | 12,54 hab./km² |
N.º de freguesias | 6 |
Presidente da Câmara Municipal | Não disponível |
Fundação do município (ou foral) | 1516 |
Região (NUTS II) | Alentejo |
Sub-região (NUTS III) | Baixo Alentejo |
Distrito | Beja |
Antiga província | Baixo Alentejo |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | 5 de Março |
Código postal | 7900-000 |
Endereço dos Paços do Concelho | Praça Comendador Infante Passanha |
Sítio oficial | C.M. Ferreira Alentejo |
Endereço de correio electrónico | geral@cm-ferreira-alentejo.pt |
Cortam e regam os seus subúrbios as ribeiras de Valdouro e de Safrins, a primeira distante da vila um quarto de légua e a segunda meia légua. Trazem algum peixe, principalmente pardelhas e bordalos, que são muito estimados naqueles sítios. O termo produz bastante azeite, algum vinho e frutas, porém a sua maior produção consiste em trigo. Abunda também em caça miúda.
A 16 de Setembro faz- se nesta vila uma feira bastante concorrida.
Por Ignacio de Vilhena Barbosa
IN "http://antikuices.blogspot.com/2011/10/historia-de-ferreira-do-alentejo-e.html"
Segundo testemunhos históricos e arqueológicos, as terras deste concelho conheceram o seu povoamento já na época dos Romanos.
Após a Reconquista, passou para a posse da Ordem de Sant'Iago, tendo esta desenvolvido e cultivado terras que, até então, se encontravam praticamente desertas.
Câmara Municipal |
Posteriormente, o domínio das terras passou para os duques de Aveiro e, depois da conspiração destes contra o rei, passou para a Coroa.
Foi-lhe outorgado foral por D. Manuel, a 5 de março de 1516, data a partir da qual Ferreira do Alentejo sofreu diversas alterações a nível administrativo.
A nível do património arquitetónico, destacam-se o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, sendo esta a padroeira da vila e do concelho de Ferreira do Alentejo. Na igreja-santuário venera-se a pequena imagem de roca que, segundo a tradição, Vasco da Gama levou consigo na viagem à Índia. O interior da igreja encontra-se revestido a azulejos.
É também de realçar a Capela de Santa Maria Madalena ou do Calvário, que tem uma forma circular, cuja abóbada apresenta a configuração de uma redoma, possuindo o hemisfério superior saliências de pedregulhos irregulares; e ainda a Igreja da Misericórdia, de 1595, que apresenta um pórtico manuelino tendo pertencido à Capela do Espírito Santo, demolida em 1911.
Ig Misericórdia |
Merece igual referência a Igreja Matriz de Beringel, que é constituída por três naves e conserva a sepultura de Rui de Sousa, o primeiro donatário da vila, e sua esposa, D. Branca de Vilhena (século XVI).
IN "INFOPÉDIA"
A excelente qualidade do solo que circunda o actual concelho e vila de Ferreira do Alentejo bem como a proximidade de linhas de água determinaram, certamente, a fixação humana nesta zona há cerca de 43 séculos.
N.Sra Conceição |
Tal ocupação é confirmada pelo espólio arqueológico abundantemente encontrado na estação calcolítica que se estende ao longo das margens da ribeira do Vale D’Ouro.
Vilas Boas A arqueologia revelou-nos e confirmou-nos ainda a presença, neste concelho, dos Romanos, do Visigodos e do Povo Islâmico. Presenças estas ainda confirmadas pelos próprios vestígios arquitectónicos como o sejam, no caso deste último povo, por exemplo, as construções de corpo cúbico com cobertura cupular – “Kubba” – que se podem encontrar em Villas Boas, S. Vicente ou ainda em S. Sebastião.
Capela Sto António |
Quanto a fontes escritas propriamente ditas estas são muito escassas e até omissas quanto á data de fundação deste povoado. Deste modo apenas sabemos através dos documentos da chancelaria régia de D. Sancho II e de D. Afonso III que o território foi conquistado aos mouros em 1233 e foi doado, no ano seguinte, à Ordem de Santiago.
Dependente, espiritualmente, do bispado de Évora, só em época mais tardia se constituiu o seu alfoz pelo foral da Leitura Nova, concedido em Lisboa a 05 de Março de 1516, concelho que não incluía os curados de Vilas Boas, Peroguarda e Alfundão, dependentes das matrizes de Beja.
Ferreira teve castelo, situado ao pequeno cômoro do actual Cemitério Público, filial dos espatários de Alcácer do Sal, de que era alcaide em 1527, Francisco Mendes do Rio, e em 1708 Baltazar Pereira do Lago. Esta fortaleza desapareceu totalmente e, segundo informação de um particular, Francisco António Mattos, por volta de 1800, apesar de já estar arruinada, ainda ostentava algumas das famosas nove torres, o fosso e a barbacã.
Por volta de 1839 deliberou a Junta de Paróquia de então, construir nesse terreno o Cemitério Público cujas obras para sempre esconderam a antiga fortaleza. Aliás a recordar a memória dessa exuberante fortaleza apenas restou o escudo da Ordem dos Espatários que ainda hoje encima a entrada principal do Cemitério Público de Ferreira do Alentejo.
No ano de 1627 foi criada a Comarca de Ferreira do Alentejo, em consequência da reforma da Ordem de Santiago e da aprovação régia Filipina dos novos Estatutos, comarca que abrangia as vilas de Torrão, Aljustrel e Alvalade, isto no domínio espiritual, porquanto no domínio temporal a vila era administrada por um juíz de fora, três vereadores, procurador do concelho, escrivão da Câmara, juiz de órfãos, com escrivão e oficiais, alcaide e capitão-mor, assistido por duas companhias, uma de ordenanças e outra de auxiliares.
Em 1762 Ferreira pertencia á Ouvidoria de Beja, e no ano de 1811, estava judicialmente anexada á Vila de Torrão. Nesta altura pertencia á Comarca e Provedoria de Ourique , Diocese de Beja e donatária da coroa.
Em 1821 Ferreira era concelho da divisão eleitoral de Beja e da comarca de Ourique.
Em 1842, Ferreira era um dos concelhos do distrito administrativo de Beja e compreendia cinco freguesias, a saber: Ferreira e Villas Boas, Figueira dos Cavaleiros, Alfundão, Peroguarda e Santa Margarida do Sadão. Só por volta de 1874 é que a freguesia de Odivelas, também ela pertence do concelho, ficou sob a tutela de Ferreira do Alentejo.
Com o advento da República a 5 de Outubro de 1910, Ferreira do Alentejo sofreu algumas alterações arquitectónicas que acabariam por empobrecer patrimonialmente a actual vila.
Apesar de ter sido habitada por algumas ilustres famílias transtaganas, como os Estaços, os Galvões, os Lanças, os Sousas, os Mouratos, os Miras, os Pereiras, os Ravascos Silvas, os Menas, os Vilhenas e os Passanhas, não conservou mansões apalaçadas do passado e somente a estes últimos se deveram a construção dos principais edifícios urbanos que, a partir do século XIX, enobreceram a vila. Entre esses edifícios podemos apontar, a título de exemplo, o da Quinta de São Vicente, pertencente á famílias Passanha , e a casa nobre que se ergue na Rua Conselheiro Júlio de Vilhena n.º 4 / 6, que pertenceu á casa agrícola Jorge Ribeiro de Sousa, herdeiro dos condes de Avilez e Boa Vista e da Morgada da Apariça.
Ferreira foi igualmente berço de importantes personagens que assumiram especial e relevante destaque no campo das letras e da religião, de entre os quais destacamos o conselheiro Júlio Marques de Vilhena, importante figura dos últimos tempos da Monarquia Constitucional.
IN "SITE DO MUNICÍPIO"
ESTAÇÕES ARQUELÓGICAS
Monte da Chaminé
A estação arqueológica do Monte da Chaminé é sem dúvida uma das mais importantes estações romanas aqui descobertas.
Esta villa fractuária romana foi descoberta no verão de 1981 por uma equipa de arqueólogos - Dr. Clementino Amaro e Manuel Barreto - coadjuvados por um grupo de jovens locais. Em 2008 decorreu a 8ª campanha de escavação nesta importante villa, que, tal como nas anteriores campanhas, revelou estruturas e espólio muito significativos para a compreensão desse sítio arqueológico.
Outeiro da Mina
Este santuário romano foi também ele identificado e escavado pelo Dr. Clementino Amaro, em 1981. Neste pequeno mas importante sítio recolheu-se espólio muito significativo, nomeadamente uma lucerna em bronze, que pode ser apreciada no Museu Municipal.
Porto Torrão
Esta estação foi identificada pelo Dr. José Morais Arnaud, em 1981, e escavada em 1982.
Dessa escavação e das várias prospecções levadas a cabo nesta área, recolheram-se inúmeros bordos de vasos de cerâmica, fragmentos decorados (campaniforme), crescentes em cerâmica e algum material lítico como o sejam machados de pedra polida, pontas de seta e ídolos oculados. Detectaram-se ainda alguns ossos e conchas. Este é um dos maiores e mais importantes povoados calcolíticos da Península Ibérica.
Dessa escavação e das várias prospecções levadas a cabo nesta área, recolheram-se inúmeros bordos de vasos de cerâmica, fragmentos decorados (campaniforme), crescentes em cerâmica e algum material lítico como o sejam machados de pedra polida, pontas de seta e ídolos oculados. Detectaram-se ainda alguns ossos e conchas. Este é um dos maiores e mais importantes povoados calcolíticos da Península Ibérica.
Idolo Oculado - Porto Torrão (Calcolítico)
Ribeira de Vale d'Ouro
No âmbito das prospecções levadas a cabo pelo Dr. Arnaud na Década de 1980, coadjuvado pelos alunos finalistas do curso de História da Faculdade de Letras de Lisboa, foram identificados ainda vestígios calcolíticos na Ribeira de Vale d'Ouro tais como crescentes, conchas, pontas de seta, inúmero material lítico e cerâmica calcolítica, assim como vestígios romanos que deverão ter pertencido a uma villa.
A VISITAR
Ferreira é coroada pela beleza da antiga Igreja da Misericórdia que exibe um importante Portal Manuelino e um belo retábulo maneirista que hoje se guarda no Museu Municipal, sediado a menos de 20 metros, na rua onde nasceu o grande intelectual e político do Século XIX, Júlio Marques de Vilhena.
Junto à Praça Comendador Infante Passanha, avista - se a Igreja Matriz que evoca a Ordem de Santiago de Espada e onde podemos admirar dois túmulos góticos pertencentes ao Comendador D. João de Sousa e sua esposa, D. Branca de Ataíde.
Digna de conhecer é ainda a Galeria de Arte, Capela de St.º António e o Espaço Artesão onde se podem admiram miniaturas de alfaias agrícolas.
Na extremidade norte da Rua Capitão Mouzinho, avistam - se a sui generis cravejada de enigmáticas pedras de tom negro. Nas suas imediações encontra - se o posto de turismo.
Um pouco mais abaixo, a e o seu cruzeiro de 1940 emblezam a alameda Gago Coutinho Igreja de N. Sr.ª da Conceição e Sacadura Cabral. É também aqui que podemos admirar a histórica imagem que acompanhou Vasco da Gama na descoberta do caminho marítimo para a India.
Nas proximidades, a cerca de 2 Km da sede de concelho, ergue - se a Villa Romana do Monte da Chaminé com ocupação que remonta ao século I A. C.
A poucos quilómetros, Peroguarda, classificada a aldeia mais portuguesa do Baixo Alentejo, encanta com o seu branco e singelo casario que contrasta com o verdejante trigo ondulante e a sua Igreja St.ª Margarida que ainda apresenta traços quinhentistas.
Nesta pequena freguesia está sepultado o grande etnomusicólogo, Michel Giacometti, que se enamorou pelo misterioso cante alentejano, tradição local de relevante valor cultural.
Na singela Aldeia de Alfundão encontra - se uma bela e rústica Ponte Romana.
Ferreira Sustentável
Centro de Educação Ambiental dos Gasparões recebe reconhecimento de mérito da Clinica da Educação PDF Versão para impressão E-mail
sorrirA Clínica da Educação, uma instituição especializada em dificuldades de aprendizagem, seleccionou o Centro de Educação Ambiental dos Gasparões para receber o reconhecimento de mérito, no âmbito do projecto “Sorrir na Educação”. Este é um projecto de responsabilidade social, materializado numa gala anual, onde se reconhece o mérito educativo de instituições relacionadas com a área da educação como incentivo à continuação do trabalho desenvolvido.
A gala "Sorrir na Educação" é a visibilidade pública deste projecto que vai juntar no Teatro São Luiz em Lisboa, amanha, dia 11 de Outubro, caras conhecidas dos mundos da música, dança, televisão, rádio, desporto, teatro e da comédia e conta com apresentação de Fernanda Freitas.
Nesta gala será feita a entrega de reconhecimento de mérito a dez instituições seleccionadas pela equipa da Clínica da Educação: Associação Mimar, Projecto Toma Lá, Crinabel – Teatro, Casa da Praia , Educação Rodoviária – escolinha para crianças, Saúde a Sorrir, Eco - Centro de Compostagem Caseira dos Gasparões, Bagos d’Ouro,Associação Salvador e Usina – Intervenção Social.
O Centro de Educação Ambiental/Eco-Centro de Compostagem Caseira (EC3) dos Gasparões foi inaugurado em Junho de 2009, e conta desde então com uma série de iniciativas, tendo a sustentabilidade ambiental como pano de fundo. O EC3 resultou de uma parceria estabelecida entre o município de Ferreira do Alentejo e o Centro de Estudos Vasco da Gama do Instituto Politécnico de Beja financiado pelo Projecto Gestão Global do Fundo ONG – Componente Ambiente, um mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu e da Agência Portuguesa do Ambiente. A criação desta infra-estrutura permitiu reabilitar um edifício centenário (antiga escola primária) evitando o seu encerramento e degradação, e simultaneamente a criação de um espaço onde as pessoas, e principalmente as crianças, possam estar em contacto com a natureza.
IN "SITE DO MUNICÍPIO"
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