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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Amnistia tira prémio de Embaixadora
da Consciência a Suu Kyi
Kumi Naidoo, o secretário-geral da Amnistia Internacional, escreveu neste domingo a Aung San Suu Kyi a informá-la de que lhe tiravam o prémio Embaixadora da Consciência por "traição vergonhosa aos valores que em tempos representou".
A Amnistia Internacional (AI) decidiu retirar "o mais importante
galardão atribuído pela organização de direitos humanos", Embaixadora da
Consciência, e que lhe foi atribuído em 2009. Uma decisão anunciada na
véspera de se assinalarem oito anos desde que Aung San Suu Kyi foi
libertada do regime de detenção domiciliária, a 13 de novembro.
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CORAJOSO |
Em
causa, "a campanha de violência contra os rohingyas, que levou à fuga
de mais de 720 mil para o Bangladesh, acusa a AI. Considera que Suu KYi,
enquanto 1.ª conselheira, do governo do Myanmar, é cúmplice das "atrocidades cometidas" pelas forças militares do país.
Kumi Naidoo expressa, na carta, "a
deceção da organização por a líder birmanesa não ter usado a sua
autoridade política e moral para defender os direitos humanos, a justiça
e a igualdade em Myanmar, e cita a sua aparente indiferença
perante as atrocidades cometidas pelos militares no país assim como a
crescente intolerância das autoridades à liberdade de expressão".
"Hoje,
estamos profundamente desanimados por já não representar um símbolo de
esperança, de coragem e de defesa eterna dos direitos humanos. A AI
deixou de ter razões para que seja destinatária do nome Embaixadora da
Consciência. Assim, é com grande tristeza que lhe retiramos o prémio",
escreve Kumi Naidoo.
Em causa está a ligação de Aung San Suu Kyi
ao atual governo do Myanmar, desde abril de 2016, considerando a AI que
está envolvida "na perpetuação de múltiplas violações dos direitos
humanos". Referem-se à campanha de violência contra os rohingyas lançada
o ano passado, com as "forças de segurança a matarem e a abusarem de
milhares de mulheres e de meninas, a torturarem homens e meninos e a
queimarem centenas de casas e aldeias para o chão".
"Embora
o governo civil não tenha controlo sobre os militares, Aung San Suu Kyi
e seu gabinete protegeram as forças de segurança da responsabilidade
rejeitando, minimizando ou negando alegações de violações de direitos
humanos e obstruindo investigações internacionais sobre abusos", justifica a AI.
* Uma decisão justa e drástica, os prémios humanitários tem de ser escrutinados todos os dias.
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