HOJE NO
"OBSERVADOR"
Conheça as 20 maiores fraudes
da história da música
Roubos, plágio, contratos fraudulentos e roubo. Vale tudo para vingar no mundo da música.
O mundo do espetáculo é um meio cruel e a música não é exceção. Entre plágios, playbacks, contratos fraudulentos e até roubos, vale tudo para vingar nos tops. O El País conta quais foram os 20 maiores embustes na história da música.
1-Milli Vanilli
A dupla foi descoberta pelo produtor alemão Fran Farian, enquanto
apareciam nos espetáculos de Sabrina como dançarinos de apoio. Os jovens
Fab Morvan e Rob Pilatus chamaram à atenção do produtor pelas suas
capacidades de dança e sex appeal. Só tinham um pequeno
problema… Não sabiam cantar. Esse pequeno impasse foi rapidamente
resolvido pelo produtor, que contratou cantores e músicos que gravaram
os discos. A dupla foi um sucesso de vendas e chegou mesmo a ganhar um
Grammy. O grupo só foi desmascarado em 1990, quando um dos cantores que
gravou o disco, Charles Shaw, disse a um jornal que era ele que cantava e
que os dois jovens eram uma fraude. O produtor Frank Farian acabou por
vir a público expor o caso. Os Milli Vanilli tentaram ainda gravar um
disco autêntico, mas a estratégia não resultou. Rob, um dos membros da
dupla, não lidou bem com o escândalo e acabou por morrer de overdose em
1998.
2-Jordy
O menino francês de apenas quatro anos foi um êxito fenomenal e chegou
mesmo a figurar no Livro de Recordes do Guiness como o artista mais novo
a atingir o número 1 em todo o mundo. A história do seu sucesso começou
com “Dur dur d’être bébé!”, uma canção com uma musicalidade dance
onde Jordy explicava as dificuldades de ser criança. A jovem criança
editou três álbuns. Os dois primeiros vingaram no mercado, mas o
terceiro já não foi tão bem recebido. Os grandes impulsionadores da
carreira precoce de Jordy foram os seus pais, o produtor Claude Lemoine e
a compositora Patricia Clerget. Se, por um lado, tornaram possível o
triunfo do filho, por outro, foram também eles que estoiraram todo o
dinheiro que a criança fez nos primeiros anos de vida. O casal acabou
por se divorciar e Jordy nunca chegou a tocar num cêntimo da fortuna que
arrecadou. Acabou por fazer reality shows para ganhar dinheiro.
3-U2
Em 1992, a banda irlandesa estreava um novo formato de espetáculo na
digressão mundial Zoo TV Tour. Este novo modelo incluía vários efeitos
multimédia. O trabalho de sincronização do som com a imagem era difícil
e, para garantir que nada corria mal ao vivo, os U2 decidiram gravar as
músicas antecipadamente. Ainda assim, as falhas frequentes de
sincronização denunciaram o esquema e provocaram descontentamento entre o
público, que os acusou de fraude. O vocalista dos Kiss, Gene Simons,
criticou a banda dizendo que “se, como os U2, cobras 100 dólares pela
entrada, fazer mímica sincronizada é uma falta de honradez” .
Ironicamente, os Kiss foram apanhados a fazer playback uma década depois do escândalo dos U2. A banda pediu desculpas no Twitter.
4-Technotronic
O grupo de eurodance belga atingiu o sucesso com temas como
“Pump up the jam”. A dupla era composta por MC Eric e Manuela Kamosi,
mais conhecida como Kid K. Mas quem aparecia no vídeo do tema nao era
Kid K, mas sim a modelo Felly Kilingi, muito mais atraente que a
cantora. Em 2009, 20 anos depois do disco ter sido lançado, MC Eric
confessou que “o contrato feito com Kid K era ilegal porque ela era
menor de idade. Quanto toda a gente se deu conta, era tarde, porque a
canção já era um êxito nas discotecas. Por isso, encontraram esta
rapariga que parecia africana e tinha uma imagem muito mais forte. A
empresa escolheu-a sem que soubéssemos”. A partir do lançamento do
segundo disco, Kid K passou para a linha da frente, aparecendo em todas
as fotografias e vídeos e tocando ao vivo, mas o êxito nunca mais foi o
mesmo.
5-Leonard Cohen
Em 1994, o cantor decidiu fazer um retiro num mosteiro em Los Angeles.
Deixou a contabilidade e gestão do seu dinheiro ao cargo de Kelly Linch,
que era sua assessora financeira há 17 anos e com quem mantinha
relações românticas esporádicas. Kelly fugiu com os cinco milhões de
dólares que o cantautor canadiano tinha poupado. Cohen teve que
abandonar o retiro e voltar às digressões para reuprar algum do dinheiro
que perdeu. A sua contabilista acabou por ser condenada a 18 meses de
prisão.
6-Rihanna
A cantora dos Barbados não tem qualquer problema em usar samples de outras canções como fez, por exemplo, em “Don’t Stop the Music” em que usou um sample
da canção “Wanna be Starting Something” de Michael Jackson. Mas o
grande problema aparece quando lançou o tema “Bitch Better Have My
Money”, um plágio do tema “Betta Have My Money” da rapper Just Brittany.
7-Boney M
Este grupo foi mais um dos esquemas engendrado por Frank Farian, o
produtor por trás dos Milli Vanilli. E este caso é em tudo semelhante ao
que já foi apresentado anteriormente. O produtor juntou um grupo de
dois cantores, uma modelo e um DJ, todos eles muito atraentes. Quando o
DJ advertiu que não sabia cantar, Frank prontificou-se a fazê-lo por
ele. A ideia era formar um grupo negro e exótico que fizesse frente ao
grande sucesso que vinha da Suécia — os ABBA. O grupo teve um sucesso
tal que Bobby Farrell, o DJ, decidiu que queria cantar. Farian recusou o
seu pedido e acabou por substituí-lo por outra pessoa. O público não
recebeu bem o novo membro e o produtor alemão teve que convidar Boby
Farrel de volta. Ofereceu-lhe mais dinheiro e prometeu mudar o nome do
grupo para “Bobby Farrel e Boney M”. Farrel aceitou e o grupo continuou,
para agrado do público.
8-C+C Music Factory
O grupo de dance pop dos anos 90 convidou o rapper
Freedon Wiliams e a cantora Martha Wash para participar em êxitos como
“Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now)”. Mais uma vez, a editora
decidiu substituir a cantora por Zelma Davis, uma atraente modelo de 19
anos que figurava nos vídeos e capa do disco. Martha Walsh acusou os
produtores e a CBS/Sony de fraude, publicidade enganosa e apropriação
comercial.
9-Michael Jackson
Depois da sua morte foi lançado um disco póstumo com canções
alegadamente inéditas. A família, amigos e colaboradores do cantor
criticaram o lançamento, já que muitas das músicas não estavam acabadas.
Mas foi Paris, filha de Michael Jackson, quem denunciou a fraude deste
disco. Grande parte das canções eram cantadas por Jason Malachi e não
pelo Rei da Pop. A verdade foi denunciada através da gravação de uma
conversa por vídeo entre Paris e vários amigos, que foi dvulgada nas
redes sociais. John Malachi acabou por confessar na sua conta de
Facebook: “Creio que chegou a hora de confessar. Era eu quem cantava
‘Breaking News’, ‘Keep Your Head Up’, ‘Monster’ e ‘Stay’. Tinha um
acordo com a empresa discográfica, mas o gato já está fora da mala
(expressão idiomática que equivale a descobrir uma verdade). Perdão a
todos os meus fãs e aos fãs de Michael Jackson.”
10-Billy Joel
À semelhança de Leonard Cohen, também Billi Joel foi roubado, mas este
pelo seu agente, Frank Weber. Weber desviou 30 milhões de dólares para
oferecer como garantia para empréstimos pessoais e para investir. O
cantor, que ganhou seis Grammys e vendeu mais de 100 milhões de discos
em todo o mundo, só se apercebeu do desfalque quando foi alvo de uma
auditoria. Na altura, teve que declarar a perda. Acabou por acusar
Weber, que era padrinho da filha do cantor e tinha sido seu cunhado, por
fraude e apropriação indevida.
11-Selena Gomez
A cantora foi apanhada a fazer playback num concerto em
Fairfax, Virginia. Enquanto cantava o tema “Slow Down”, Selena caiu, mas
a música continuou a tocar como se nada tivesse acontecido. O momento
foi gravado em vídeo e divulgado no Youtube.
12-The Monkees
O grupo foi criado para fazer frente aos Beatles. Tiveram muito sucesso
até os membros do grupo começarem a tentar fazer música. Michael
Nesmith, Davy Joes, Micky Dolenz e Peter Tork foram os quatro
selecionados de um casting onde aparecerem mais de 500 rapazes.
Os jovens só tinham que aparecer na televisão e nas capas dos discos. A
música estava a cargo de outras pessoas. A banda começou a reinvindicar
que queria tocar ela própria a música e, de tanto insistir, os seus
membros acabaram por ter uma oportunidade. Infelizmente, essa
oportunidade surgiu na altura em que os quatro fantásticos de Liverpool
lançaram o Sgt Pepper’s Lonely Heart Club Band. O êxito do álbum da banda britânica esmagou completamente os The Monkees.
13-Frank Sinatra
Foi ele quem inventou o conceito de “fãs”. Em 1942, o agente de comunicação do famoso crooner
contratou raparigas para, a troco de 5 dólares, gritarem pelo cantor e
desmaiarem nos seus concertos. Anos depois, também os Beatles adotariam a
mesma tática.
14-Lin Miaoke
Na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, Lin
Miaoke, uma menina de nove anos, deliciou o público com a sua atuação.
Mas o escândalo rebentou quando se descobriu que quem estava a cantar
era uma outra menina, Yang Peiyi, que foi preterida por ter os dentes
tortos. O diretor musical do evento justificou a escolha por ser de
“interesse nacional”, já que queriam “projetar a imagem correta” e Lin
Maoke foi escolhida por ser “muito engraçada”.
15-The Beatles
John Lennon foi acusado de plagiar a canção “You Can’t Catch Me” de
Chuck Berry. Lennon acabou por admitir que “Come Together” foi inspirada
no tema, e chegou a um acordo com a editora de Chuck Berry em que
prometeu que gravaria outras canções do artista. Em 1975, editou o álbum
Rock’n’Roll em que cumpriu com o acordado. Ainda assim, a
editora processou-o por plágio. Em sua defesa, Lennon disse que “sim,
era eu a compor sobre um velho tema de Chuck Berry. Apesar de que não é
nada como a canção de Chuck Berry, levaram-me a julgamento porque o
admiti uma vez há anos. Deixei uma linha da letra igual, que poderia ter
mudado por outra. A canção continua a ser minha, independentemente de
Chuck Berry ou qualquer outra pessoa no mundo.”
16-Héroes del Silencio
Em 2007 o grupo espanhol percorria o seu país e o continente americano
com a digressão de despedida. Em Espanha só visitaram três cidades, por
isso foram muitos aqueles que se deslocaram até Sevilha para ver a
mítica banda de rock dos anos 80. Mas a desilusão foi grande para
aqueles que estavam nas primeiras filas do estádio olímpico La Cartuja
quando se aperceberam que o vocalista nem se esforçava para mexer os
lábios ao som do playback e que o instrumental que se ouvia não
correspondia aos instrumentos que figuravam em palco. Muitos
espetadores correram logo à internet a exigir que lhes fossem pagas
indemnizações mas o seu pedido não foi atendido.
17-Modern Talking
O duo alemão, composto por Thomas Anders e Dieter Bohlen, marcou os anos
80. Venderam 120 milhões de discos, arrecadando uma pequena fortuna.
Mas em 2001, já a banda tinha deixado o ativo há muito, veio a público
que as vozes que se ouviam não eram as de quem dava a cara. Os verdeiros
intérpretes dos temas eram Rolf Köhler, Detlef Wiedeke e Michael Schol.
Quando o esquema se tornou público, os três cantores decidiram investir
num trio, mas acabaram por não conseguir.
18-Credence Clearwater Revival
O líder do grupo, John Fogerty, foi acusado de ter plagiado o tema “Good
Golly, Miss Molly” quando compôs “Travelin’ Band”. Fogerty foi levado à
justiça, mas chegou a acordo fora dos tribunais. O cantor e guitarrista
desculpou-se dizendo que foi um “plágio acidental”. Parece uma desculpa
esfarrapada, mas é preciso notar que Fogerty chegou a ser processado
por se ter plagiado a ele próprio. A empresa que tinha os direitos de
autor do tema “Run Trough the Jungle” processou-o porque “The Old Man
Down the Road”, tema que também foi escrito por ele, era demasiado
semelhante.
19-Katy Perry
Em 2011 a cantora tentou convencer o público num concerto em Manchester
de que tocava flauta, mas o plano saiu-lhe furado, já que quando afastou
o instrumento, a música continuou a tocar. Tentou dar a volta à
situação gracejando “Ok, não sei tocar flauta!”, mas o público não achou
graça e acabou por divulgar o vídeo do sucedido no YouTube.
20-Oasis
Noel Galagher é tido por muitos como um génio. Mas a verdade é que a
autenticidade dos seus temas foi questionada várias vezes. A lista de
influências das suas músicas inclui Stevie Wonder, Monthy Python, Serge
Gainsbourg, Pink Floyd, The Doors e até Bach. Mas aqueles que o levaram a
tribunal e pelos quais teve que pagar direitos de autor foram o tema
“Get It On”, de T. Rex e uma canção usada num anúncio da Coca-Cola dos
anos 70. Sobre este último, Galagher respondeu dizendo: “a partir de
agora só beberei Pepsi”.
* Sobre Frank Sinatra falta referir a burla de "My way"
.
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