HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Sofia Vala Rocha:
"Passos matou PSD em Lisboa,
é homicídio qualificado"
É a quinta da
lista do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, mas não se coíbe de dizer
que Teresa Leal Coelho não sabe nem gosta de fazer política. A dois dias
das eleições, acusa Passos Coelho de ter matado o partido na capital. E
diz que é preciso assacar responsabilidades no domingo.
É a número cinco da lista do PSD à Câmara de Lisboa, mas não se inibe de criticar o modo como está a ser conduzida a campanha.
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A
minha crítica tem que ver com o facto de achar que nesta campanha houve
erros de estratégia, de análise e de escolhas de pessoas em Lisboa.
Esta campanha não foi preparada como devia ter sido porque não lhe foi
dada a devida importância. Pedro Passos Coelho, depois de não ter
mantido o governo em 2015, pensou que ia voltar rapidamente ao poder e,
portanto, achou que as autárquicas não eram uma eleição importante e não
era importante a eleição em Lisboa.
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GLAMOUROSA |
Refere-se nomeadamente à cabeça--de-lista, a Teresa Leal Coelho?
Não só, mas também. O problema é que
Passos Coelho quando achou que ia fazer governo rapidamente viu no CDS
um parceiro e não quis tomar as decisões que se impunham e que eram de
autonomia estratégica da candidatura do PSD em Lisboa. Eu considero que
Pedro Passos Coelho matou o PSD em Lisboa e foi um homicídio
qualificado.
Mas se pensa isso, porque aceitou integrar a lista e porque não saiu já?
Faço
parte da lista porque passei os últimos quatro anos aqui, na Assembleia
Municipal, a trabalhar pelo PSD, para o bem do PSD, mas sobretudo para o
bem da cidade e dos lisboetas. E o que o PSD fez foram coisas com muito
valor: impôs-se no processo da Segunda Circular, conseguiu impedir que
esse concurso fosse para a frente, porque Fernando Medina teve medo das
críticas; alertou sempre para a ilegalidade e a inconstitucionalidade da
taxa de proteção civil; para os problemas de trânsito; para o papel da
EMEL, que é um papel de confisco para pagar a Carris; e avisou que a
Carris desta forma gerida pelo município vai endividar-se e não será
capaz de prestar um bom serviço aos cidadãos. E esse papel, em que eu
tive ocasião de intervir, de defesa de Lisboa e dos cidadãos, dos
moradores e das pessoas que cá trabalham, nada disso se veio a refletir
no que foi a campanha. Mas quando me fizeram o convite pensei
naturalmente que essas seriam as bandeiras do PSD, e não foram.
Mas os problemas começaram só nesta campanha?
Não
começaram. Começaram muito atrás, quando em 2015 o PSD passa para a
oposição e não aproveitou essa ocasião para preparar as autárquicas. Se a
ideia quando Teresa Leal Coelho foi a número dois de Fernando Seara já
era que seria a candidata em 2017, então todo o mandato devia ter sido
pensado nesse sentido, e não foi. Desse ponto de vista, o PS está a
fazer muito melhor. Desde o início, António Costa preparou Fernando
Medina para ser número dois e, neste momento, Medina já preparou o seu
sucessor se quiser ou se tiver de abandonar a câmara municipal, que é
Duarte Cordeiro. O PSD não fez isso. Ou seja, se neste momento houver um
problema e houver necessidade de eleições antecipadas na Câmara de
Lisboa, eu pergunto: quem é que vai protagonizar uma candidatura pelo
PSD? A estratégia não tem sido de dar frutos a longo prazo. Defendo o
que Rui Rio fez em Braga, era um jovem e foi tentando, tentando, até
conseguir ganhar a câmara. Há um problema de falta de estratégia e o
responsável é o presidente do partido.
A campanha de Teresa Leal Coelho em Lisboa foi mal sucedida?
O
PSD devia ter pensado se podia candidatar uma pessoa que manifestamente
não gosta de fazer política, não sabe fazer política, não gosta de
debater, não gosta de ir à televisão e não gosta de confrontar
adversários.
Se eventualmente a candidata do CDS ficar à frente da do PSD, que consequências internas isso terá?
Grave
é o PSD em Lisboa não concorrer para ganhar. Concorrer para um segundo
lugar já é muitíssimo mau. Se ficar em terceiro ainda é pior. Não me
importava que o PSD fosse terceiro nestas eleições se tivesse sido
escolhida uma equipa exatamente como o exemplo que já dei do Ricardo Rio
em Braga, de jovens ou de pessoas que fossem o futuro, que não ganhasse
agora mas que ganhasse daqui a quatro anos, mesmo com 10% ou 15% nestas
eleições.
E o presidente do partido deve ser responsabilizado na noite das eleições se o resultado for muito mau em Lisboa?
A
responsabilização em relação a Lisboa tem de ser feita porque já em
2013 o partido devia ter feito essa análise, já que os resultados foram
metade em Lisboa do que tinham sido em 2009. E não fez porque teve em
conta o superior interesse nacional e tínhamos a troika e éramos
governo. Mas neste ano toda a gente achou que não haveria nada que
impedisse o PSD de ter uma solução ganhadora. Se o PSD tiver um mau
resultado, não é um problema de se responsabilizar Pedro Passos Coelho, é
a ele e a estratégia para evitar que no futuro ela volte a repetir-se.
Em relação ao líder do PSD também há uma questão que tem de ser dita: em
Lisboa, o presidente da distrital, Pedro Pinto, e a candidata Teresa
Leal Coelho, que foram escolhas para a distrital e para a Câmara
Municipal de Lisboa, são amigos e companheiros de sempre, são as pessoas
com as quais ele começou o percurso no PSD e na liderança. Depois de
sete, quase oito anos, está exatamente na mesma como quando começou e os
resultados do PSD em Lisboa a piorar de dia para dia. Há dias, Passos
disse que em Lisboa o PSD não estava a lutar pela sobrevivência, o
problema é que está. E as responsabilidades vão ter de ser assacadas.
O facto de Passos já ter anunciado a recandidatura à liderança é para estancar essa análise?
É,
certamente. Estamos em campanha e Passos declara aberto o processo de
sucessão interno dentro do PSD, em segundo lugar diz que é candidato e
em terceiro anuncia um Conselho Nacional no dia 3 de outubro para
discutir isto. Depois de dizer que está aberto o processo eleitoral e
que ele é candidato, já ninguém se vai preocupar muito em discutir
aquilo que se passou.
E as notícias de que Rui Rio estaria a preparar uma candidatura à liderança do partido, acredita que irá acontecer?
Não
sei vai ou não, mas não estou muito interessada no discurso da luta
pela liderança se ela servir pura e simplesmente como fuga para a
frente.
* Já a seguir as respostas assanhadas de dois vice-presidentes da bancada parlamentar do PSD, os senhores Carlos Abreu Amorim e Sérgio Azevedo.
"Baixa e Vil" e "idiota útil".
Vices da bancada do PSD respondem
a Sofia Vala Rocha
"Aproveitar o último dia de campanha para achincalhar a líder dessa sua lista e atacar o presidente do seu partido é mau demais"
"Eu
considero que Pedro Passos Coelho matou o PSD em Lisboa e foi um
homicídio qualificado", afirmou Sofia Vala Rocha, quinta da lista dos
sociais-democratas à capital. Foi uma das frases mais fortes de uma entrevista ao DN onde teceu duras críticas, não só ao líder do partido, como a Teresa Leal Coelho, número um da lista de que faz parte.
OH!-CARLOS ABREU AMORIM |
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À JANELA, RUMO
À CHINA, CONVIDADO
DA HUAWEI |
Já Sérgio Azevedo, na mesma rede social, escreveu: "Existem coisas sobre
as quais não podemos ficar indiferentes. Porque a indiferença sobre
certas coisas dá azo a uma certa medida de aquiescência ao disparate e à
prejudicialidade objetiva tão presente nos últimos tempos e tão
desejada por vários. Dar uma entrevista nas vésperas de uma eleição
autárquica a desancar o líder do PSD e a candidata Teresa Leal Coelho e
ao mesmo tempo ser candidato nessa eleição é um exercício cósmico. Para
não dizer repugnante"
"No fundo é servir de expediente, atabalhoado e pateta, aos interesses
daqueles militantes do PSD, sejamos claros, que desejam um falhanço do
seu próprio partido pois só assim podem almejar a conquista do seu poder
interno. É ser-se, como se costuma dizer, idiota útil. O idiota útil
acaba sempre por revelar mais sobre si do que o grupo ou o interesses
para quem vai prestando serviço. E isso é bom. É bom porque revela
intenções e prioridades. A minha eu sei qual é. Um bom resultado do PSD
em Lisboa e ajudar Passos Coelho a voltar a ser Primeiro-ministro. É
assim desde 2008", acrescentou.
* *Aguardamos com alguma expectativa que venha ao menos uma boa notícia daquela casa da Lapa.
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