ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
Marcelo quer Portugal "independente"
e "livre da sujeição"
Para o chefe de Estado, neste Dia de Portugal importa afirmar que se pretende no futuro um país "independente e livre".
"Independente
do atraso, da ignorância, da pobreza, da injustiça, da dívida da
sujeição. Livre da prepotência, da demagogia, do pensamento único, da
xenofobia e do racismo", disse.
Mas este é também dia de Camões,
sendo assim "dia da nossa língua, da nossa educação, da nossa ciência,
inovação, conhecimento, como que a dizer-nos que só seremos portadores
de independência, da liberdade e de universalismo se juntarmos à cultura
ancestral a antecipação do futuro", acrescentou.
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Num discurso de
cerca de cinco minutos, Marcelo Rebelo de Sousa dedicou também uma
palavra especial às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
Comunidades
"desse outro Portugal que nos faz universais", disse, defendendo que
devem estar "mais presentes": "nas nossas leis, nas nossas decisões
coletivas, na nossa economia, mas sobretudo na nossa alma".
O
chefe de Estado disse que Portugal acompanha "muito de perto" as
comunidades "com uma palavra de incondicional solidariedade, em especial
para as que mais sofrem ou desesperam", bem como se abre "àquelas e
aqueles" que chegam ao país "de tantas paragens sonhando ficar" e ter
uma vida melhor do que aquela que "lhes é negada nas suas terras
natais".
O Presidente da República defendeu ainda a necessidade
de combater a pobreza, superar a injustiça, promover o conhecimento e
abraçar a pátria.
O chefe de Estado destacou que "são muitos os
caminhos que concluem esse desígnio", considerando que é mais "aquilo
que nos aproxima do que o que nos afasta".
Marcelo Rebelo de
Sousa destacou os portugueses dentro e fora do país, considerando que é
"missão de todos respeitar" quem deu e dá liberdade.
Comemorações seguem para o Brasil
Presidente
da República e primeiro-ministro chegam hoje ao Brasil para a segunda
parte das comemorações do Dia de Portugal, que se iniciaram na
sexta-feira no Porto e que se estendem a São Paulo e Rio de Janeiro.
Este
será o segundo ano em que o programa de comemorações do Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é repartido entre o
território nacional e um país estrangeiro.
No ano passado, as
celebrações do 10 de Junho realizaram-se pela primeira vez em França,
junto das comunidades emigrantes na região de Paris, e contaram com a
participação do então Presidente francês, François Hollande.
Este
ano, o modelo será repetido, com celebrações primeiro no Porto e
depois, entre hoje à noite e domingo, junto das comunidades emigrantes e
lusodescendentes de São Paulo e do Rio de Janeiro, coincidindo com um
momento de turbulência política naquele país, com alegações que envolvem
o atual Presidente, Michel Temer, num escândalo de corrupção.
Tanto
a Presidência da República, como o Governo, tem procurado salientar que
este ano, no Brasil, o programa estará centrado nas comunidades e na
cultura portuguesa, estando assim em segundo plano as relações
bilaterais do ponto de vista político-institucional.
Fonte do
executivo português disse à agência Lusa que a mais alta autoridade
brasileira cuja presença se encontra até agora prevista no programa de
comemorações do 10 de Junho no Brasil é o governador do Estado de São
Paulo, Geraldo Alckmin.
Geraldo Alckmin estará no domingo, de
manhã, na assinatura de dois acordos com o Estado Português: o primeiro
para o fornecimento de conteúdos para o Museu da Língua Portuguesa; o
segundo para a construção da Escola Portuguesa de São Paulo.
No
único ponto do programa desta noite, uma receção à comunidade portuguesa
de São Paulo, seguida de um espetáculo pela fadista Gisela João, estará
presente o prefeito da maior cidade brasileira, João Dória, tal como
Geraldo Alckmin proveniente do PSDB (Partido da Social Democracia
Brasileira).
Já no que respeita à representação institucional
pela parte portuguesa, António Costa estará no Brasil acompanhado pelos
ministros da Defesa (Azeredo Lopes), da Educação (Tiago Brandão
Rodrigues) e pelo secretário de Estado das Comunidades (José Luís
Carneiro).
Com o chefe de Estado viajará também uma delegação
institucional em representação da Assembleia da República, dela fazendo
parte os deputados Carlos Páscoa (PSD), João Paulo Correia (PS), Jorge
Campos (Bloco de Esquerda), Telmo Correia (CDS-PP) e António Filipe
(PCP).
No final das comemorações, no domingo, ao fim da tarde, no
Rio de Janeiro, o Presidente da República regressa a Portugal, enquanto
o primeiro-ministro inicia visitas oficiais à Argentina e Chile,
permanecendo dois dias em cada um destes países.
* Nós também queremos Portugal Independente e livre da sujeição da Concordata.
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