HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Secretária de Estado nota que há
pouca gente no voluntariado ambiental
A
secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina
Marcelino, reconheceu, ao início desta tarde, no Funchal, que há um
défice de projectos de voluntariado e de envolvimento dos cidadãos nas
acções de promoção do Ambiente em Portugal, como a limpeza das
florestas. O problema foi assumido no encerramento da II Conferência
Desafios para a Cidade na Gestão dos Resíduos, que decorreu ontem na
Câmara do Funchal.
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“O nosso voluntariado em Portugal está muito
virado para a área social. Quando falamos de voluntariado, o dar o nosso
tempo e a nossa disponibilidade, não tem que ser só na área social. Aí
há também um caminho a fazer e o voluntariado ambiental tem, de facto,
um potencial imenso”, referiu a representante do Governo da República,
que gostaria de ver os cidadãos mais envolvidos em actividades como a
limpeza das praias e matas ou no cuidar dos animais que se encontram nos
canis públicos. Para que os cidadãos participem mais no voluntariado
ambiental, segundo Catarina Marcelino, as entidades públicas devem
investir na sensibilização. Tal missão deverá ser assumida pelos
governos, mas sobretudo pelos municípios, que “têm um papel claramente
importante de chegar às pessoas e de as motivar para a limpeza da
terra”.
Apesar de tudo, a responsável nota progressos na
consciencialização dos cidadãos, que estão mais atentos às práticas de
promoção do meio ambiente, como a separação de lixos para reciclagem, o
ter cuidado em não poluir as praias e o mar ou a poupança de água e a
preservação dos solos.
A secretária de Estado está no Funchal
para apresentar a iniciativa Roteiro Cidadania em Portugal, que pretende
“pôr as pessoas a falar sobre cidadania” e sobre temas como o
envelhecimento activo, a igualdade de género, a discriminação ou o
ambiente. Esta tarde foi conhecer as associações Olho-te (Nazaré) e UMAR
(Edifício 2000). Amanhã de manhã, pelas 10h00, visita a carrinha do
Roteiro Cidadania em Portugal, ‘estacionada’ na Praça do Município. Às
12h00, na marina do Funchal, acompanha uma acção de limpeza da praia e
do fundo do mar.
A participar na mesma conferência na Câmara do
Funchal, o especialista da associação Zero Rui Berkemeier afirmou que a
reactivação da unidade de tratamento de resíduos orgânicos (sobretudo
restos de comida, que são 40% dos resíduos urbanos) é “crítica” para que
os municípios possam recolher este tipo de lixo nos restaurantes,
hotéis e casas das pessoas. Se a recolha selectiva abranger os resíduos
orgânicos, está aberto caminho para a gestão sustentável dos resíduos.
Neste momento, a Região tem uma taxa de reciclagem de resíduos urbanos
de 10% e as metas europeias impõem uma taxa de 60% no ano 2030. A
Madeira já teve uma central de compostagem de resíduos orgânicos na Meia
Serra, mas foi desactivada há alguns anos porque, segundo Berkemeier,
as autoridades optaram por encaminhar aquele lixo para a unidade de
incineração, que tem capacidade excedentária para a quantidade de
resíduos urbanos produzidos na Região. O especialista da Zero destacou
os resultados favoráveis do sistema porta-a-porta de recolha selectiva
de resíduos que algumas autarquias da Madeira realizam. Este sistema de
recolha no domicílio permite taxas de reciclagem que são “o dobro ou
mais” do que a recolha por ecopontos. Por isso, recomendou que todos os
municípios da Região Autónoma da Madeira sigam essa estratégia.
* Estar-se motivado para as questões ambientais exige educação básica em casa e exemplo político na rua, é frequente ver um político fumador deitar a beata para o chão, simplexmente.
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