HOJE NO
"OBSERVADOR"
Nadadoras, entre elas uma
portuguesa, vão atravessar o
.Mediterrâneo para ajudar refugiados
.Mediterrâneo para ajudar refugiados
Quatro nadadoras, uma portuguesa e três espanholas, vão nadar durante
seis horas entre as ilhas de Formentera e Ibiza, numa ação solidária
para ajudar os refugiados que atravessam o Mediterrâneo, revelou esta
quarta-feira à Lusa uma das participantes.
O nosso objetivo é reunir 10.800 euros que correspondem às 10.800 braçadas que calculamos que cada uma terá de dar para percorrer os 18 quilómetros que separam as duas ilhas Baleares”, afirmou à agência Lusa, Sara Ramalho, a nadadora portuguesa de 32 anos.
Natural de Viana do Castelo, e a residir desde 2009 em Madrid,
Sara Ramalho adiantou que a verba “será entregue à Proactiva Open Arms –
uma Organização Não Governamental (ONG), com sede em Barcelona,
especializada em salvamento marítimo e que intervém no mar Mediterrâneo
com operações de resgate de milhares de refugiados que procuram uma nova
vida”.
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A campanha de angariação de fundos está a decorrer na plataforma de ‘crowdfunding’ migranodearena.org.
“Além da doação, agradecemos que nos enviem uma mensagem pessoal, que
nos servirá de ajuda nos momentos mais duros da travessia. Serão 10.800
as braçadas que nos levarão ao destino”, afirmou.
O projeto
solidário, marcado para 30 de setembro e intitulado “Brazadas de Vida”
integra as “amigas” espanholas Celia Pascual de 32 anos, de Huelva,
Marina Martinez de 34 anos, de Villena (Alicante) e Nuria Consuegra, de
36 anos, de Madrid.
A ideia começou a ganhar forma há cerca de um
ano durante uma competição de natação, paixão partilhada pelas quatro
nadadoras do Clube de Natação Master Madrid.
“Achávamos que
poderíamos ir mais além do que as simples travessias que nadávamos.
Queríamos que tivesse um impacto positivo na sociedade e não ficar
apenas com as lembranças e as fotografias bonitas de mais uma travessia
em águas abertas. Foi assim que decidimos centrar todo o esforço e
energia nesta prova”, explicou Sara Ramalho.
A atividade desenvolvida pela Proactiva Open Armas foi “determinante” para definir a causa “pela qual iam nadar”.
“Conhecemos
a Proactiva Open Arms através de uma notícia que contava a história do
dono de uma empresa de salvamento marítimo que, perante a tragédia que
se vivia no Mediterrâneo, investiu as suas poupanças para criar uma ONG
para salvar estas vidas que não tinham por que perder-se no mar”,
explicou a licenciada em gestão, pela Universidade do Minho.
A trabalhar desde 2009 em Madrid na área do marketing, numa
empresa de distribuição industrial, Sara explicou que “o objetivo do
projeto é dar a conhecer a grave crise de refugiados que se vive na
Europa, a perigosa travessia que estas pessoas enfrentam e o importante
trabalho da ONG Proactiva Open Arms”.
“Todos os fundos angariados
serão destinados, integralmente, a esta ONG para a ajudar a cumprir a
sua promessa: “Nenhuma Vida à Deriva””, frisou.
As quatro
nadadoras são atletas do Club de Natação Master Madrid. Apesar de ter
sido a natação que as juntou, todas desenvolvem as suas atividades
profissionais fora do mundo daquela modalidade.
Natural de
Monserrate e com residência em Santa Maria Maior, freguesias urbanas de
Viana do Castelo, Sara Ramalho, adiantou que a prova, a realizar a 30 de
setembro, será a mais longa que realizaram até agora.
“A
distância mais longa que realizámos foi de dez quilómetros. Neste
desafio vamos quase duplicar esta distância. Temos um plano de treinos
específico para esta distância, tanto em piscina como em águas abertas,
que iniciámos em março”, disse.
Confessou tratar-se de “um grande desafio e de uma grande oportunidade para unir valores sociais e desportivos”.
“Não
vamos nadar por algo mas sim por alguém. Quando terminarmos esta prova
não só teremos conseguido alcançar a nossa maior meta em termos
desportivos como também conseguimos que servisse para algo, mobilizando
muitas pessoas diferentes por uma boa razão”, sustentou.
* A solidariedade devia ser notícia todos os dias.
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