03/05/2017

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HOJE NO 
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Salários subiram mais do dobro em 2016

O desemprego continuou a melhorar em 2016 como já vinha acontecendo desde 2013, mas com uma diferença: os aumentos de salários aceleraram significativamente de 0,6% em 2015 para 1,6% em 2016, em boa medida devido à subida do salário mínimo.

O Banco de Portugal faz um balanço positivo da evolução do mercado de trabalho em Portugal em 2016, notando a continuação da descida do desemprego e uma novidade: os salários aceleraram de forma significativa face a 2015, puxando pela inflação. De acordo com os dados declarados à Segurança Social, os salários aumentam 1,6% em 2016, mais do dobro dos 0,6% registados em 2015.  
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"A evolução do mercado de trabalho em 2016 continuou a caracterizar-se por um aumento do emprego e uma descida da taxa de desemprego, mantendo o perfil de melhoria verificado a partir do segundo trimestre de 2013, num quadro de dinamismo salarial mais acentuado", lê-se no Boletim Económico de Maio, onde o banco central faz um balanço da economia em 2016, e no qual quantifica que "de acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social (MSESS) as remunerações médias declaradas à Segurança Social em 2016 registaram um crescimento de 1,6% face ao período homólogo, o que se consubstancia numa aceleração de 1,0 pontos percentuais face ao ano anterior".

Os economistas do banco central consideram que o maior dinamismo "deverá reflectir, em parte, o aumento do salário mínimo nacional", e sublinham que a subida é particularmente relevante num contexto em que a negociação de contractos colectivos, que definem os salários de 90% dos trabalhadores, permanece pouco dinâmica.

Este aumento de salários contribuiu para puxar pelo aumento dos preços em Portugal, escreve ainda o banco central, explicando a inflação de 0,6% na média do ano, uma ligeira aceleração face aos 0,5% de 2015.

Desemprego de longa duração prejudica crescimento potencial

Em 2016 a taxa de desemprego caiu de 12,4% em 2015 para 11,1% do PIB, ficando próxima dos níveis de 2010. O número de desencorajados – os que não procuram emprego, mas dizem-se dispostos a trabalhar – representou 4,6 da população activa, e o peso dos desempregados há mais de 12 meses no desemprego total "manteve-se num nível muito alto" (62,1% ou 356 mil indivíduos) resume o banco central, avisando que elevados níveis de desemprego de longa duração tendem "a provocar uma depreciação acentuada do capital humano, com efeito adversos no crescimento potencial da economia".

O crescimento de empregos também colocado em perspectiva. "De acordo com o Inquérito ao Emprego, o emprego total aumentou 1,2 por cento em 2016, após um aumento de 1,1 por cento em 2015", escrevem os economistas do banco central notando que a economia não recuperou sequer metade dos empregos perdidos na crise: "Apesar da tendência crescente do emprego, os seus níveis mantêm-se historicamente baixos, na sequência da queda sem precedente observada entre o final de 2008 e o princípio de 2013 que, de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais, correspondeu a cerca de 650 mil indivíduos. Cerca de 290 mil empregos terão entretanto sido recuperados até ao final de 2016", lê-se no relatório.

O Boletim Económico de Maio fica marcado por análise que evidencia os desenvolvimentos positivos da economia em 2016, em particular da segunda metade do ano, ao mesmo tempo que avisa para a situação muito frágil em que o país ainda se encontra. 

Na análise do banco a economia nacional está no bom caminho – as empresas estão a ganhar quota de mercado nas exportações, a recuperação da economia no final do ano e as medidas de apoio ao consumo privado foram compatíveis com uma redução do défice orçamental e a manutenção de um excedente externo em boa medida graças ao turismo, e o desemprego baixou – mas tudo isto não esconde três grandes ameaças que pendem sobre o País: o elevado endividamento privado e público, o baixo investimento na economia que limita a produtividade e o envelhecimento populacional.

* Há mais sorrisos nas ruas mas não há motivo para grandes arraiais, acabámos apenas de  sair do estado de coma, induzido por Sócrates, Coelho e Portas.

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