HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Marcelo diz que
não é presidente de um partido
O
Presidente da República disse hoje perceber a posição dos seus
críticos, mas explicou que não é presidente de um partido ou central
sindical e sublinhou que o apoio ao Governo “faz parte da lógica do
papel constitucional”.
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Marcelo Rebelo de Sousa falava aos
jornalistas à entrada para a antestreia do documentário “Diálogos das
Carmelitas”, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, e depois de se
ter recusado a comentar a polémica do ministro das Finanças e da Caixa
Geral de Depósitos, foi questionado sobre as vozes críticas que têm
surgido à sua atuação presidencial.
“Ah, a essa eu respondo. Um
Presidente da República, por definição, é o Presidente de todos os
portugueses. Não é o presidente nem de um partido, nem de uma central
sindical. Eu fui dirigente partidário e percebo perfeitamente a posição
dos partidos, como percebo a posição das centrais sindicais. Têm que
representar os seus interesses, as suas estratégias e as suas táticas e,
portanto, é natural que critiquem aquilo de que discordam”, explicou.
E,
apesar de dizer perceber “os pontos de vista de cada um dos vários
protagonistas da vida política, sindical e patronal portuguesa”, Marcelo
Rebelo de Sousa considerou que “têm de perceber a posição do Presidente
da República”.
“Mesmo o facto de ser do PSD não é razão para
gostar mais ou menos de um Governo que seja ou não da sua área política.
Deve tratar da mesma maneira os Governos, quaisquer que sejam os
primeiros-ministros”, justificou.
O chefe de Estado socorreu-se
ainda da atuação dos seus antecessores: “como se lembrarão mantiveram o
apoio anos a fio a Governos que não eram da sua área. Faz parte da
lógica do papel constitucional do Presidente, portanto”.
Interrogado
sobre se estava à espera destas críticas, Marcelo foi perentório: “Se
eu, como líder, fi-las, naturalmente estou à espera”.
“Ser-se Presidente é cumprir uma missão nacional, não é um concurso de popularidade”, enfatizou.
Embora
reconhecendo que não se pode queixar - porque admite que “é simpático
que os portugueses tenham um conceito tão generoso” em relação à sua
atuação, “como as sondagens desta semana mostraram” - o Presidente da
República assegurou que não atua desta forma “para isso”.
“Se
amanhã acontecer como aconteceu com muitos Presidentes portugueses ou
estrangeiros terem 6,7,8, 10% de simpatias, se aquilo que fazem, fazem
em consciência, estão a fazer muito bem”, garantiu.
Em
declarações ao Diário de Notícias, o social-democrata José Eduardo
Martins, apoiante de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o Presidente
da República se “descredibilizou” com a falta de imparcialidade ao
proteger o ministro das Finanças.
Ao Sol, o vice-presidente do
PSD Marco António Costa disse que por vezes ficava “algo perplexo com as
declarações” que Marcelo Rebelo de Sousa produz.
* O desnorte do PSD já é um caso patológico.
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