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HOJE NO
"OBSERVADOR"
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Combater a diabetes a começar no prato
Nunca como hoje foi tão fácil desenvolver uma doença crónica e limitadora como a diabetes, devido ao estilo de vida sedentário que todos levamos. Mas prevenir é possível, a começar pela alimentação.
Chamam-lhe a pandemia do século XXI porque está a evoluir de forma
assustadora pelo mundo inteiro, afetando toda a população,
independentemente da idade ou condição social.
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A diabetes é hoje considerada um grave problema de
saúde pública e as estatísticas revelam porquê: 415 milhões de pessoas
em todo o mundo têm a doença, segundo a International Diabetes Federation.
Entre aqueles doentes, um milhão encontra-se no nosso país,
onde a prevalência (13%) é a mais alta da Europa e onde, todos os dias,
cerca de 12 pessoas morrem por causas relacionadas com a patologia. O
cenário é preocupante, razão pela qual governos, decisores e
especialistas concordam na necessidade de fazer frente à sua progressão.
No dia 14 de novembro assinala-se o Dia Mundial da Diabetes!
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Causa da diabetes: Má alimentação
Existem dois tipos de diabetes – tipo 1 e 2 – mas aquela que mais
preocupa atualmente é a diabetes de tipo 2, porque é a mais frequente e a
que mais tem aumentado. É também aquela que, em muitos casos, pode ser
prevenida, porque se trata de uma doença em grande parte resultante de
estilos de vida.
A diabetes é uma doença crónica, que pode ter
várias causas, caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue
(glicemia). Má alimentação, sedentarismo exagerado e obesidade são
fatores de risco para desenvolver a doença, a que acresce a
predisposição genética. Na maior parte dos casos, a doença aparece de forma silenciosa, isto é, sem sintomas, podendo estar vários anos sem ser diagnosticada.
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Lúcia Narciso, nutricionista da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP),
realça a influência que a alimentação tem no aparecimento da doença,
bem como no seu controlo e tratamento, chamando a atenção para o facto
de os hábitos alimentares inadequados serem “o fator de risco que
contribuiu, em 2014, para o total de anos de vida saudável perdidos pela
população portuguesa”.
Entre estes hábitos, destaca “o baixo
consumo de fruta, vegetais e frutos secos, como a noz e a amêndoa, e o
consumo excessivo de sal”.
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Três testemunhos
A diabetes é o denominador comum das histórias de Raquel Livro, Gabriel
Simões e João de Jesus. Todos foram apanhados de surpresa pelo
diagnóstico. Todos foram obrigados a mudar radicalmente de estilo de
vida assim que souberam o que se passava consigo. A principal alteração
foi ao nível da alimentação.
Raquel Livro diz que ainda hoje está a aprender a
aceitar a doença que, no início deste ano, lhe trocou as voltas e
alterou a composição das refeições. Com 40 anos acabados de fazer na
altura do diagnóstico e magra desde sempre, nunca lhe passou pela cabeça
ser diabética: “Não tinha sintomas nem havia nenhum caso na minha
família, nunca pensei que fosse possível.”
Aliás, se não fosse uma
consulta rotineira de Medicina do Trabalho provavelmente continuaria
sem saber. O desconhecimento do diagnóstico é, com efeito, um motivo de
preocupação atualmente. Em Portugal, estima-se que 5,7% das pessoas
afetadas não sabem que têm diabetes, o que permite que a patologia
alastre com consequências desastrosas.
Olhando para trás à luz do
que entretanto já descobriu sobre a doença, Raquel Livro sabe agora o
que poderá ter contribuído para o seu desenvolvimento: “Sempre passei
muitas horas sem comer e não tinha uma alimentação muito variada, pois
não comia peixe nem saladas. Só comia carne e muitas vezes optava só
pelo arroz ou massa. Além disso, fui sempre muito sedentária, nunca
gostei de desporto.”
Também a má alimentação poderá ter estado na origem da doença de
Gabriel Simões, 56 anos, a conviver com a diabetes há dez. Igualmente
diagnosticado na sequência de uma consulta de Medicina do Trabalho, sabe
hoje que o estilo de vida que levava na altura terá sido o responsável pela situação.
A
lidar com fortes exigências profissionais e deslocações diárias de
centenas de quilómetros pelo país, não tinha oportunidade para se
alimentar corretamente: “Comia nas bombas de gasolina para encurtar as
horas de almoço e já pesava mais de 100 quilos.
Comia doces desmesuradamente
e à noite fazia grandes refeições em restaurantes perto dos hotéis onde
ficava.” Sem praticar exercício físico e com historial de diabetes na
família por parte do avô paterno, estavam reunidas as condições para que
a diabetes se revelasse.
A má alimentação pode ter sido também o fator que desencadeou a
doença de João de Jesus, 58 anos. Taxista há 28 anos, reconhece que
“esta vida leva à diabetes”. Em causa está a má alimentação que aqueles
profissionais acabam por fazer “muitas vezes ao volante” e também “a
ansiedade que vem com a falta de trabalho”.
Além disso, na altura em que a diabetes lhe foi diagnosticada “fumava três maços de cigarros por dia”. Hoje mudou tudo: “Já não fumo, só como grelhados, sopa e saladas e só de vez em quando é que abuso.”
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Mudanças vitais
Fazer uma alimentação saudável, manter-se fisicamente ativo ou deixar
de fumar são algumas mudanças que podem fazer toda a diferença na
prevenção ou tratamento da diabetes. Mas embora toda a gente conheça as
vantagens de praticar um estilo de vida saudável, a verdade é que da
teoria à prática vai um longo caminho.
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De acordo com Lúcia
Narciso, “é importante perceber que a alteração de hábitos não é assim
tão simples, porque exige uma real mudança do comportamento”. A
estratégia passa por “identificar o que há para melhorar, definir
prioridades e não tentar mudar tudo de uma vez. Tentar prever os
possíveis obstáculos e a forma de os contornar e só depois pôr tudo isto
em prática”.
Uma das principais queixas feitas por quem acaba de
saber que tem diabetes prende-se com o facto de ser obrigado a deixar de
comer tudo aquilo de que gosta. Raquel Livro afirma-o sem hesitar: “De repente, tudo tem de ser pensado em função da doença. Todas as refeições têm de ser ponderadas e o açúcar está presente em quase tudo.”
Assume
que esta privação acabou por lhe trazer “muita irritação” e, nalgumas
pessoas, tal pode até desencadear estados depressivos, dificultando o
controlo da diabetes. Gabriel Simões também identifica o problema, pelo
que defende que “há um equilíbrio necessário que é preciso manter em
relação às condições motivacionais, laborais e relacionais. Não se pode
ser absolutamente fundamentalista”.
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Receitas saudáveis e apelativas
Ao contrário do que se pensa, o padrão alimentar da pessoa com
diabetes não tem de ser pouco variado ou sem sabor. Para ajudar na
tarefa de praticar uma alimentação saudável e ao mesmo tempo apelativa, o
Jumbo disponibiliza, através do Programa Alimentação Saudável, receitas equilibradas e adequadas a quem tem diabetes.
É também possível encontrar sugestões de sobremesas confecionadas com adoçante em vez de açúcar, como é o caso do Bolo Nuvem ou da Mousse de Nêspera, ambos realizados com stevia, um adoçante natural.
Para o pequeno-almoço, considerada a refeição mais importante do dia, o site fornece ainda uma receita de Crumble de Aveia com Frutos Secos e Iogurte.
Nas lojas Jumbo estão também disponíveis opções de pastelaria fresca
sem adição de açúcar, de confeção própria, como forma de ir ao encontro
das necessidades de um número cada vez maior de portugueses.
Ainda
assim, Lúcia Narciso lembra que “as necessidades nutricionais de cada
pessoa variam consoante vários aspetos, nomeadamente, a idade, o género,
o nível de atividade física ou o peso corporal, entre outros”. Por
isso, salienta que “é importante consultar o nutricionista ou dietista
da equipa de saúde, para elaborar um plano alimentar adaptado às
necessidades e que tenha em conta todos os aspetos referidos e com o
qual seja possível atingir os objetivos individuais de forma segura e
saudável”.
* Mesmo que não seja diabético guarde este artigo.
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