HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
"Génio" para o negócio explica
como Trump fugiu aos impostos
Chris Christie e Rudy Giuliani vieram defender candidato republicano após jornal revelar a sua estratégia fiscal
A
decisão de Donald Trump declarar 916 milhões de dólares de perdas nas
suas empresas em 1995 revela "génio" para o negócio e a sua capacidade
de aproveitar as falhas da lei para minimizar o que paga ao fisco,
garantiram Chris Christie e Rudy Giuliani.
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O governador de New Jersey e o ex-mayor de Nova Iorque, dois dos mais ferozes apoiantes do candidato republicano às presidenciais de 8 de novembro nos EUA, reagiram assim após o The New York Times ter publicado o que diz ser a declaração de impostos de Trump há 21 anos, sublinhando que declarar perdas de quase mil milhões lhe terá permitido evitar pagar impostos nos 18 anos seguintes.
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O governador de New Jersey e o ex-mayor de Nova Iorque, dois dos mais ferozes apoiantes do candidato republicano às presidenciais de 8 de novembro nos EUA, reagiram assim após o The New York Times ter publicado o que diz ser a declaração de impostos de Trump há 21 anos, sublinhando que declarar perdas de quase mil milhões lhe terá permitido evitar pagar impostos nos 18 anos seguintes.
"É uma
aplicação perfeitamente legal das leis fiscais. E Trump teria sido um
pateta se não tivesse aproveitado", garantiu Giuliani no programa This Week da
ABC News. O antigo mayor, que esteve à frente de Nova Iorque entre 1994
e 2001, sublinhou ainda que o magnata do imobiliário tinha "um dever
fiduciário" em relação aos investidores nas suas empresas de maximizar
os lucros.
Já Chris Christie, o
ex-rival de Trump nas primárias republicanas que chegou a ser apontado
como seu candidato a vice e lidera agora a sua equipa de transição
presidencial, também garantiu que "ninguém mostrou maior génio a
manobrar as leis fiscais" do que Trump. No Fox News Sunday, o governador afirmou que as leis atuais são "uma confusão" e que o magnata do imobiliário é a melhor pessoa para as mudar.
O
próprio Trump escreveu no Twitter: "Conheço as complexas leis fiscais
melhor do que qualquer outra pessoa que já se tenha candidatado à
presidência e sou a única pessoa que as pode melhorar." A sua campanha
reagiu afirmando que o documento citado pelo The New York Times
foi obtido de forma ilegal e acusou o diário nova-iorquino de agir como
uma extensão da campanha da democrata Hillary Clinton. Há dias o jornal
apoiou oficialmente a ex-primeira-dama.
Um pacote na caixa do correio
Foi a 23 de setembro que a jornalista do The New York Times
Susanne Craig encontrou na sua caixa de correio no terceiro piso do
jornal um pacto com a declaração de impostos de Trump de 1995. Há muito
que Craig andava atrás das declarações de impostos do republicano que
até hoje se recusa a divulgá-las, quebrando uma longa tradição entre
candidatos presidenciais. "O envelope parecia legítimo. Abri-o
ansiosamente e fiquei espantada", conta Craig na rubrica "Times
Insider", que revela os bastidores de uma notícia do próprio jornal.
Confrontada com o que parecia ser a declaração de impostos de Trump em
1995, Craig mobilizou logo uma equipa e começaram a trabalhar na notícia
que agora saiu no The New York Times.
A verdade é que o jornal arrisca agora
problemas legais por ter divulgado informações fiscais sobre o
candidato. Segundo a lei federal dos EUA, quem o fizer sem autorização
pode ser punido com multa de até cinco mil dólares ou pena de prisão até
cinco anos, ou ambas. Nada que assuste o diretor do The New York Times.
Em meados de setembro, Dean Baquet garantia numa visita à universidade
de Harvard que não hesitaria em ir para a prisão para divulgar as
declarações de impostos de Trump.
Questões
legais à parte, a equipa de Hillary Clinton já veio denunciar os
procedimentos usados por Trump. O porta-voz Brian Fallon garantiu que a
notícia do The New York Times revela "o fracasso a uma escala
colossal dos negócios" de Donald Trump, além de provar que o milionário
age segundo um conjunto de regras diferentes das dos restantes
contribuintes.
Hillary tem insistido
para que Trump revele a declaração de impostos, mas este recusa alegando
estar a ser alvo de uma auditoria. Os dois candidatos, praticamente
empatados nas sondagens, voltam a enfrentar-se num segundo debate no dia
9. E os impostos deverão voltar a ser assunto.
* Dos EUA não há muito que aprender, lá como cá também se chama à vigarice genialidade negocial.
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