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HOJE NO
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China.
Xi Ping é o novo grande timoneiro
do Império do Meio
O sexto plenário do comité central nomeou-o
“núcleo” da direção, uma designação que tiveram os líderes Deng Xiaoping
e Mao Tsé-Tung.
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A popularidade de Xi Peng – uma sondagem do Pew Research Center diz que ele é apreciado por 92% dos chineses – deve-se fundamentalmente a dois fatores políticos, para além de muito trabalho de propaganda e controlo. Os dois fatores são colocar a China na arena internacional, mesmo do ponto de vista militar, e o combate à corrupção.
Anualmente, as autoridades chinesas recenseiam cerca de 150 mil revoltas populares no país, muitas delas contra o enriquecimento e corrupção de quadros do partido. Nesse combate, Xi Peng faz apelo aos princípios igualitários de Mao Tsé-
-Tung, chegando até a apelar a uma “linha de massas” e a citar o “Livro Vermelho” do fundador da China moderna. É verdade que a política de Xi é muito diferente da do primeiro governante comunista chinês: não se apoia nos camponeses, não combate o enriquecimento nem é contra a participação da China no processo de globalização capitalista. O que acontece é que, apesar de ser associado no Ocidente à fome, ao voluntarismo ideológico, à destruição da economia e à repressão política, Mao é apreciado de outra forma pelos chineses. Segundo uma sondagem de 2013, do “Global Times”, mais de 85% dos chineses consideravam o seu papel como “muito positivo” na história do país.
A passagem de Xi Peng a “núcleo da direção” foi preparada por uma forte campanha política: durante este ano, 12 dos dirigentes do partido referiram-se a ele nestes termos e, segundo o observatório do China Media Project, durante os primeiros anos do seu mandato, Xi Peng teve o dobro das notícias na imprensa do partido que o seu antecessor Hun Jintao em igual período.
O comunicado do Partido Comunista Chinês, citado pela agência oficial Xinhua, para os 89 milhões de militantes do partido do Estado chinês sublinha que esta designação não substitui a existência de trabalho coletivo de direção, apenas reforça a unidade em torno do líder. “A liderança coletiva não deve ser violada por nenhum organismo ou indivíduo em nenhuma circunstância”, mas o documento apela também a que haja “uma forte unidade em torno da direção do partido e do seu núcleo dirigente, Xi Peng”.
O PCC terá congresso na segunda metade de 2017, onde Xi Peng poderá designar um sucessor para o congresso seguinte, em 2022, podendo, segundo os comentadores, manter um lugar de destaque na direção, mesmo depois da data marcada para a sua eventual sucessão.
* O marketing da ditadura chinesa.
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