HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Marcelo levanta sigilo do Conselho de
. Estado para defender Cavaco
Lobo Xavier revelou que Cavaco Silva não defendeu a aplicação de sanções a Portugal na última reunião do órgão
O
Presidente da República autorizou António Lobo Xavier a quebrar o
sigilo do Conselho de Estado para esclarecer publicamente que Cavaco
Silva não defendeu a aplicação de sanções a Portugal na última reunião
do órgão.
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A explicação foi dada esta sexta-feira pelo próprio Lobo Xavier, em declarações ao Expresso:
para quebrar o regime de sigilo a que os conselheiros estão obrigados é
sempre necessária a autorização expressa do Presidente, autorização
essa que foi dada rapidamente depois de contactar Marcelo Rebelo de
Sousa.
Foi só depois que o conselheiro
Lobo Xavier revelou, no programa "A Quadratura do Círculo", que as
notícias de que davam conta de que Cavaco teria feito uma intervenção
que legitimava a aplicação de sanções a Portugal por não cumprir o
défice não correspondiam à verdade.
No
programa, Lobo Xavier explicou que pediu ao Presidente da República para
lhe permitir levantar o sigilo porque lhe "fazia impressão que
estivesse o Conselho de Estado de assistir impávido e sereno a
declarações que não correspondem a nada". Para o conselheiro, tem de ser
o chefe de Estado o "árbitro do que é segredo, do que não é segredo, do
que é revelável ou não revelável".
Lobo
Xavier questionou Marcelo "se achava que declarações não verdadeiras,
injustas e contra a honra e contra o brio" podem manter-se assim em
"nome do segredo de Estado". E então o Presidente libertou o histórico
centrista para dizer que "o que é atribuído a Cavaco Silva, não se
passou"".
O Expresso lembra que o pedido de
levantamento do dever de sigilo a um conselheiro de Estado não é uma
estreia e que a situação anterior envolve novamente o nome de Cavaco
Silva. Em 2000, durante a Presidência de Jorge Sampaio, o então líder
comunista Álvaro Cunhal disse que Cavaco Silva tinha uma posição sobre a
independência de Timor Leste diferente da que publicamente defendia e
Cavaco pediu a Sampaio para libertar a ata da reunião.
Foi
na sequência desta polémica que Sampaio pediu pareceres jurídicos, em
que se concluiu que o dever de sigilo é inultrapassável, exceto quando é
o próprio Presidente a levantar esse dever.
* O sr. Cavaco Silva não gozou nunca da nossa simpatia, os seus procedimentos enquanto político justificam a nossa posição. Também não somos simpáticos para quem calunia, portanto o nosso grande reconhecimento ao sr. Lobo Xavier pelo voluntarismo em repor a verdade.
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