15/07/2016

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HOJE NO 
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Exército turco anuncia tomada do poder

O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, denunciou na sexta-feira ao início da noite uma "tentativa ilegal" de golpe de Estado por parte de um grupo militar. Uma hora depois, pelas 22h de Lisboa, o Exército do país anunciou a tomada do poder.

Citado pela agência France Press, o primeiro-ministro turco denunciou uma "tentativa ilegal" de golpe de Estado por parte de um grupo de militares.

A BBC News avança que há forças de segurança a bloquear as duas principais pontes de Istambul sobre o Bósforo, o estreito que separa os lados europeu e asiático da cidade, havendo também relatos de tiroteios em Ancara, capital do país.
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Segundo a agência pró-governo Anadolu, citada pela AFP, o Chefe de Estado-Maior, general Hulusi Akar, foi feito refém dos militares golpistas.

Há também informações de helicópteros e aviões militares a sobrevoarem a capital turca, refere a Reuters citando uma testemunha.

Entretanto, o Exército turco anunciou em comunicado de imprensa que tomou o poder no país, salientou a agência Lusa. "O Exército assumiu totalmente o poder para restaurar a democracia. Todos os nossos acordos internacionais estão em vigor. Esperamos manter as boas relações com todos os países", refere, no comunicado, o Estado-Maior do Exército.

Diz a AFP que o comunicado do Exército decreta ainda o recolher obrigatório e a instauração da lei marcial [todas as leis das autoridades civis do país serão substituídas por leis militares].

A estação de televisão turca TRT dá conta de tanques militares destacados na zona exterior do aeroporto Ataturk, em Istambul - onde a 28 de Junho ocorreu um atentado.

"Trata-se de um grupo dentro do Exército que se rebelou", afirmou entretanto o primeiro-ministro, citado pela Lusa. Binali Yildirim admitiu que aqueles militares cercaram alguns dos principais edifícios e a agência turca Dogan assinalou que várias ambulâncias foram para o quartel central do Estado-Maior, onde, segundo testemunhas, houve tiroteios.

A CNN Turk avançou que o presidente Recep Tayyip Erdogan está "em segurança" mas não deu mais pormenores. Os militares cercaram o palácio presidencial, em Ancara, mas Erdogan não se encontra no edifício.

Erdogan falou à CNN Turk, via telemóvel, e declarou que esta acção é obra de uma "estrutura paralela" que receberá a "resposta necessária". O presidente apelou ainda a que a população saia à rua para se opor a esta sublevação militar.
Uma fonte presidencial disse que esta acção "é uma tentativa de golpe por parte do Movimento Gülen", acrescentando, citado pelo The Guardian, que "os perpetradores violaram a cadeia de comando".

O Movimento Gülen é um movimento da sociedade civil que começou como um grupo de serviço comunitário - composto por estudantes, professores, pais e proprietários de pequenas empresas - afecto ao académico turco e pregador Fethullah Gülen, na cidade de Izmir. Este grupo é chamado agora de Movimento Gülen, especialmente pelos académicos ocidentais, devido à sua principal fonte de inspiração. Contudo, é frequente os seus membros referirem-se-lhe como Hizmet ou Serviços Voluntários (Movimento). Quanto ao próprio Fethullah Gülen, prefere referir-se ao grupo como "movimento de seres humanos unidos em torno de valores humanos elevados."

Apesar das dificuldades de acesso às redes sociais, há cidadãos que estão a conseguir passar mensagens, especialmente através do Instagram, onde têm sido colocados vídeos que mostram o clima que se vive, como é o caso do seguinte vídeo onde se percebe que um helicóptero dispara - neste caso, em direcção ao palácio presidencial.
. "Há muita tensão lá fora"
Ao Negócios, Ibra diz que consegue aceder em condições ao Facebook. Foi, aliás, através dessa rede que se estabeleceu contacto com este jovem sírio que fugiu para a Turquia há dois anos.

Ibra vive em Gazi-Ayintap e está bastante preocupado com o que está a acontecer. "O governo está a perder o controlo", contou, relatando que está muita gente a ir para as ruas, tal como Erdogan pediu, mas que o ambiente está cada vez mais tenso. "As pessoas estão a recusar este golpe", acrescentou.

Para que aqui, deste lado, percebamos melhor, Ibra envia um áudio onde pode ouvir-se muito ruído, vozes alteradas e buzinadelas. Há muitas pessoas na rua.

"Todos os políticos, e mesmo os principais opositores do actual governo, rejeitaram este golpe dos militares. Eles defendem a democracia", prossegue o jovem Ibra, que fugiu da Síria para a Turquia em busca da paz que lhe faltava na terra onde vivia - mas que hoje, uma vez mais, ouve sons que desejava já ter esquecido.
Militares disparam sobre a população

A AFP dava conta, pelas 00:15 de Lisboa, que os soldados turcos estavam a disparar sobre as pessoas nas ruas de Istambul e que havia registo de feridos. E avançava que caças F-16 abateram um helicóptero dos golpistas.

Facebook, Twitter e YouTube "em baixo"  
O acesso na Turquia ao Facebook, Twitter e YouTube foi cortado quase logo a seguir às primeiras notícias do golpe militar, segundo dois grupos de monitorização das actividades na Internet citados pelo The Guardian.

A Reuters reportou que o Turkey Blocks, grupo que monitoriza cortes de Internet no país, e o Dyn, que analisa o desempenho da Internet e do tráfego a nível mundial, afirmaram que estava a ser difícil ou mesmo impossível aceder aos serviços de media sociais na Turquia.

Recorde-se que Erdogan já decretou, noutras ocasiões, a restrição do acesso a algumas plataformas de "social media".


* É melhor aguardar por próximas notícias, não deixamos de considerar Erdogan um bandido e se o golpe for o 25deAbril de Ankara.......


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