17/07/2016

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ESTA SEMANA NO
"SOL"  

Operação Marquês 
investiga irmão de Dirceu

Um irmão de José Dirceu, o braço-direito do antigo Presidente do Brasil Lula da Silva, terá sido o intermediário na venda da brasileira Vivo, que pertencia à PT, à espanhola Telefónica, por 7,5 mil milhões de euros - suspeitam os investigadores da Operação Marquês que, na quarta-feira, realizaram buscas a empresas da PT e às casas de antigos gestores, como Henrique Granadeiro e Zeinal Bava.

A investigação que tem José Sócrates como arguido central continua a reconstituir o circuito de transferências de dinheiro, desde a origem, que permitiram ao ex-primeiro-ministro acumular uma fortuna em contas do amigo Carlos Santos Silva. 
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Existem indícios no processo de que parte dos 23 milhões de euros que se suspeita que Sócrates recebeu como ‘luvas’ no período em que foi primeiro-ministro possam ter sido contrapartidas de decisões que o Estado então tomou enquanto acionista direto da PT, na altura detentor de uma golden share, e como acionista por via indireta, através da CGD.

No processo, foi já ouvido, por exemplo, Paulo Azevedo, presidente da Sonae, que foi recordar as circunstâncias em que falhou a OPA lançada pelo grupo à PT, em 2006, por oposição do Estado e dos acionistas que eram figuras próximas de Sócrates, como Ricardo Salgado.

Mas os negócios centrais que estão sob investigação neste momento são a venda à espanhola Telefónica (inicialmente chumbada por Sócrates, usando a golden share) da parte que a PT tinha na brasileira Vivo. E depois as diligências que foram feitas entre Portugal e o Brasil - envolvendo outros acionistas de referência da PT como o Grupo Espírito Santo (GES) e a Ongoing, liderada por Nuno Vasconcellos, ambos acionistas da PT e figuras próximas de Sócrates - na compra da brasileira Oi por parte da PT. Suspeita-se que os negócios foram fechados depois da intervenção de José Sócrates e do então Presidente do Brasil, Lula da Silva.

As buscas de quarta-feira abrangeram ainda a sociedade de advogados de João Abrantes Serra, escritório que prestou apoio à PT, no verão de 2010, no dossiê da Vivo.

Tanto José Dirceu como o irmão, Luiz Oliveira Silva, foram condenados no âmbito do processo Lava Jato, no Brasil, que já pediu a colaboração de Portugal em relação aos negócios da PT.

O irmão de Dirceu, segundo noticiou o Público em agosto do ano passado, esteve em Lisboa em novembro de 2011, a realizar contactos com pessoas envolvidas nos negócios da PT, entre os quais Ricardo Salgado, líder do GES. Um ano antes tinha sido o próprio José Dirceu.

* Não nos digam que não é crime organizado.


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