20/06/2016

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HOJE NO  
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Caixa. 
PSD ignora Marcelo 
e avança com inquérito

PSD rejeita que inquérito parlamentar penalize imagem da Caixa. “O que prejudica o banco público é a especulação e a falta de transparência”

O PSD garante que não se deixa “condicionar” e vai avançar nos próximos dias com o requerimento para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. A solução não agrada ao Presidente da República. De acordo com o “Expresso”, Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, temem as consequências que o inquérito parlamentar possa vir a ter para a imagem do banco público e esta semana vão ser feitas diligências para tentar encontrar uma solução alternativa.
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O PSD não está, porém, disposto a desistir da iniciativa. “Não será qualquer especulação à volta da opinião do Presidente da República que vai condicionar a opção do PSD. O PSD anunciou que iria requerer potestativamente uma comissão de inquérito e é isso que vai fazer esta semana”, diz ao i o vice-presidente do grupo parlamentar Hugo Soares. O deputado social-democrata realça que o PSD “não conhece nenhuma opinião do Presidente da República relativamente a esta matéria a não ser aquela que ele assumiu publicamente, que é a de que não interfere em decisões de um órgão de soberania”.

O argumento - utilizado pelos ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix - de que o inquérito parlamentar é prejudicial para a imagem da Caixa também não convence o PSD. “Aquilo que prejudica a Caixa Geral de Depósitos como banco público, que nós queremos que continue a ser, é a especulação e a falta de transparência. Tudo o que seja escrutinar para dar confiança aos clientes da CGD e aos portugueses não tira valor à Caixa. Pelo contrário”, acrescenta Hugo Soares.

O Presidente da República nunca se pronunciou publicamente contra o inquérito parlamentar ao banco público. O chefe de Estado reafirmou ontem que “uma comissão de inquérito é o tipo de competência da Assembleia da República em que não há interferência constitucional do Presidente da República”.

Já o presidente do PSD, Passos Coelho, defendeu, no sábado à noite, no Brasil, que “o maior banco de Portugal não pode viver numa espécie de clima de suspensão”. Passos rejeita a ideia de que o inquérito parlamentar possa fragilizar a Caixa e garante que “a única maneira de criarmos confiança no sistema e na própria instituição é pôr tudo em pratos limpos”.

Negrão pede prudência Fernando Negrão, que presidiu à comissão de inquérito ao BES, defende que a comissão à Caixa deve avançar, mas com prudência. “Tem que ser feita uma separação muito nítida entre o objeto preciso da comissão e a atividade do banco. É necessário fazer essa separação de uma forma muito nítida para que se perceba que efetivamente o banco propriamente dito e a sua atividade corrente não está em causa na comissão de inquérito”. O deputado do PSD defende, em declarações ao i, que “o objeto da comissão de inquérito tem de ser um objeto vasto. Não só no tempo, mas também nas operações que vamos conhecendo e que é preciso investigar”.

PSD dividido A criação de uma comissão de inquérito à Caixa mereceu duras críticas do PS, mas também de algumas figuras de direita. Manuela Ferreira Leite defendeu que a iniciativa “é no mínimo inoportuna”. O ex-ministro Bagão Félix alertou para o risco da comissão de inquérito “minar a confiança dos portugueses no sistema financeiro “. A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, de acordo com o “Expresso”, também manifestou ao líder do PSD grande preocupação com a criação desta comissão de inquérito.

O PS, pela voz de Carlos César, presidente do partido e líder parlamentar, classificou a decisão do PSD como uma “irresponsabilidade”. Uma posição que não é partilhada pelo ex-deputado do PS Vital Moreira. O constitucionalista diz que não consegue perceber “a oposição ao inquérito parlamentar à gestão política e empresarial da Caixa Geral de Depósitos”. O militante socialista Henrique Neto também defende que “é muito importante que a comissão de inquérito exista, investigue e que os resultados sejam entregues à procuradoria-geral da República para que a justiça também avalie a má gestão”.


* Passos Coelho está naquela onda de "nem coiso nem sai  de cima", parece uma amiba.


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