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Diretor do Museu da Presidência
levava obras de arte para casa
Investigadores acreditam ainda que comprou peças para a sua coleção privada imputando os custos ao Museu
Diogo Gaspar, que está à frente do museu desde 2001, está indiciado pelos crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder.
A investigação, a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, corria em segredo há já vários meses. Aliás, quando em fevereiro o diretor do Museu da Presidência foi condecorado por Cavaco Silva, então Presidente da República, com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago já os investigadores seguiam todos os seus passos.
De acordo com fonte oficial da Unidade Nacional de Combate à Corrupção a investigação foi “iniciada pela Polícia Judiciária em abril de 2015”.
Operação Cavaleiro
Foi aliás a condecoração de Cavaco Silva que acabou por batizar a operação desencadeada na manhã de ontem: Operação Cavaleiro. Segundo a Polícia Judiciária, as fortes suspeitas que existiam até ontem ganharam ainda mais força com as diligências realizadas.
“No decurso desta operação, onde participam magistrados, inspetores e peritos da Polícia Judiciária, foram apreendidos relevantes elementos probatórios, bem como diversos bens culturais e artísticos que, presumivelmente, terão sido descaminhados de instituições públicas”, explicam em comunicado.
Sempre sem referir quais os valores em causa – que ainda terão de ser apurados ao certo – a Procuradoria-Geral da República (PGR) também confirma que Diogo Gaspar é suspeito de se ter beneficiado com recursos públicos e de ter favorecido terceiros através da sua influência.
“Investigam-se suspeitas de favorecimento de interesses de particulares e de empresas com vista à obtenção de vantagens económicas indevidas e suspeitas de solicitação de benefícios como contrapartida da promessa de exercício de influência junto de decisores públicos”, refere a PGR.
Sobre o uso de obras de arte do Museu da Presidência da República para benefício próprio, fonte oficial do Ministério Público concretiza um pouco mais como funcionava o esquema: “Investigam-se o uso de recursos do Estado para fins particulares, a apropriação de bens móveis públicos e a elaboração de documento, no contexto funcional, desconforme à realidade e que prejudicou os interesses patrimoniais públicos”.
Ao que o i apurou, tal documento falsificado teve o objetivo de imputar ao museu despesas decorrentes da compra de obras de arte para a sua coleção privada.
O Presidente da República já esclareceu que esta investigação nada tem a ver com as iniciativas que tomou no seu mandato, referindo-se em concreto à auditoria interna que promoveu sobre as contas da Presidência da República.
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