HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
ACT esteve hoje no Novo Banco
após queixas de funcionários
impedidos de trabalhar
A Autoridade das Condições de Trabalho (ACT) foi já hoje ao Novo
Banco, depois de ontem o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI)
ter solicitado a sua intervenção, por a instituição estar a violar a lei
ao proibir trabalhadores de ocuparem o seu posto de trabalho. A
intervenção da ACT é confirmada ao Económico pelo presidente do SBSI e
surge depois de notícias que deram conta que a administração do banco
continua a vedar acesso de uma centena de funcionários às instalações e
ao sistema informático.
Segundo o presidente do SBSI, Rui Riso, numa queixa apresentada à ACT
ontem, dia 3 de Maio, o sindicato, à semelhança de outras queixas,
pediu à inspecção para pôr fim à situação a que o Novo Banco está a
sujeitar os trabalhadores que não aceitaram a proposta de rescisão do
contrato de trabalho.
“O Novo Banco teve um comportamento enviesado e o nosso departamento
jurídico fez queixa à ACT. A partir daqui, dado que são processos com
carácter judicial, não posso avançar mais nada e caberá à ACT fazer o
seu trabalho e aplicar coimas por este tipo de comportamentos”, afirmou
ao Económico Rui Riso.
A ACT deslocou-se hoje mesmo, dia 4 de Maio, ao Novo Banco, embora o Sindicato não disponha ainda de mais informação.
Ontem, o inspector-geral do Trabalho, Pedro Pimenta Braz, tinha
sinalizado que a ACT estava a acompanhar o processo que, segundo o
jornal Público, envolve pelo menos uma centena de trabalhadores que
recusaram a rescisão por mútuo acordo proposta pela administração do
banco, e que na semana passada receberam uma carta a dispensá-los de se
apresentarem ao serviço até 30 de Maio. Esta foi a terceira vez que
receberam uma notificação desta natureza, mas até esta segunda-feira
nunca foram impedidos de continuar a trabalhar.
Fonte oficial do Novo Banco limitou-se a referir, na segunda-feira,
que “os trabalhadores que não aceitaram a rescisão tinham informação por
escrito de que seriam dispensados no âmbito do processo de redução de
trabalhadores que o banco está obrigado a cumprir”. Fonte do banco
adiantou ao Económico que "o universo que não aceitou rescisões é
inferior a 100 pessoas".
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STOP AO STOCK |
A rescisão voluntária foi proposta a 500 colaboradores do Novo Banco
(que resultou da intervenção no BES) e o número de recusas chegou a
atingir as 150, mas tem vindo a diminuir por receios de serem integrados
num despedimento colectivo, admitido pelo presidente do banco, Stock da
Cunha, e que deverá ser anunciado nos próximos dias. O Jornal de
Negócios avançou hoje que o Novo Banco vai avançar com o despedimento de
menos de 100 trabalhadores, a concluir até ao fim do mês. Em causa
estão os bancários que não aceitaram a rescisão amigável.
Carta à ACT
Na missiva enviada ontem, o SBSI explica que "no âmbito de um alegado
processo de reestruturação que o Novo Banco tem em curso, não tendo, no
entanto, dado início a qualquer procedimento de despedimento colectivo,
este está a impedir os trabalhadores que considera abrangidos por
aquele alegado processo de acederem ao local de trabalho e,
consequentemente, de exercerem funções".
E acrescenta: "Os trabalhadores, por terem sido desactivados os
correspondentes cartões de acesso, não conseguem aceder às instalações, o
que configura uma clara ilegalidade perpetrada pelo referido banco."
Assim, e face à gravidade da situação, o SBSI solicitou a "intervenção urgente" da Autoridade para as Condições de Trabalho.
Exigência à administração
O Sindicato dirigiu-se igualmente à administração do NB, exigindo a
alteração imediata da situação, de forma a que seja permitido aos
trabalhadores o livre acesso ao seu local de trabalho.
Frisando que os trabalhadores que não aceitam a rescisão estão "no
seu legítimo direito", o SBSI imputa tal situação à administração, que
"configura violação, grave e culposa, das garantias dos trabalhadores,
no que respeita ao acesso ao local de trabalho e ao exercício de
funções".
O SBSI recorda à administração que o banco admite a situação ao
considerar, nas comunicações aos trabalhadores, "que não é conveniente a
continuação do exercício de funções" – ou seja, "existe o
reconhecimento expresso das funções dos visados".
* Quando foi detectado o crime da família "espírito beato" foram os funcionários do ex-BES que aguentaram e deram a cara pela nova denominação, a prepotente administração da qual não se dá conta que "vista a camisola" arrasa com o futuro de muitas famílias, o sr. Carlos Costa tirou o cavalinho da chuva.
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