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Polícias fazem despiste de álcool
e drogas para prevenir suicídios
A
secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna disse, esta
quarta-feira, que 20% do efetivo das forças de segurança está sujeito
anualmente a avaliações periódicas e aleatórias ao consumo de álcool e
droga para prevenir suicídios.
Os
despistes do álcool e da droga é uma das medidas que consta do plano de
prevenção de suicídios nas forças de segurança 2016/2020 e que resultou
de um grupo de trabalho criado no Ministério da Administração Interna
(MAI) após o número de suicídios na PSP e na GNR registados em 2015.
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As
medidas do plano foram apresentadas pela secretária de Estado Isabel
Oneto numa audição pública sobre os suicídios nas forças de segurança
realizada pela Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais,
Direitos, Liberdades e Garantias.
A
secretária de Estado disse à agência Lusa que muitas das medidas já
estão a ser implementadas, sendo que algumas delas já vinham do ano
passado e são agora aprofundadas, como é o caso do despiste do álcool e
drogas, que passa agora a abranger 20 por cento do efetivo.
Isabel Oneto adiantou que "não é o álcool
em si" o responsável dos suicídios, mas "quem tem depressão e consome
álcool pode ter um fator de risco acrescido".
Posição
também partilhada pelo psiquiatra Daniel Sampaio, que também presente
na mesma iniciativa afirmou que o álcool potencia o risco de suicídio,
sendo por isso essencial detetar o consumo.
"Nestas
matérias, independentemente das causas, temos que identificar e saber
quais sãos os fatores de alerta que as forças de segurança devem
conhecer para imediatamente fazer intervir e dar uma resposta",
sustentou.
Entre as medidas de
prevenção que fazem parte do plano estão também a reavaliação
psicológica dos novos elementos policiais e efetivo policial, com
periodicidade regular, aumento das ações de formação e sensibilização
junto dos polícias e a deslocação imediata e permanente a qualquer ponto
do país de equipas de psicólogos, em caso de morte não natural.
A
nível de intervenção, o plano estabelece a restrição do uso e porte de
armas nos casos de comprovado risco de vulnerabilidade psíquica,
realização de avaliações psicológicas, informação aos comandos, em caso
de risco de elementos policiais, e monitorização de elementos policiais
referenciados pelas entidades médicas.
Na
audição, realizada por iniciativa do PCP, o presidente da Associação
dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, chamou a atenção
para a publicação em ordem de serviço dos militares que recorrem a uma
consulta de saúde mental.
"A
fragilidade é exposta numa ordem de serviço para que todos vejam",
disse, defendendo a existência de medicina preventiva na GNR, uma vez
que muitos militares têm "estigma em procurar um psicólogo".
A audição contou também com elementos dos sindicatos da PSP e Polícia Judiciária.
Em 2015, suicidaram-se oito polícias da PSP e sete militares na GNR.
* Consideramos que o suicídio é acto desesperado de quem não tem saída, respeitamos sempre quem o cometeu, o MAI atento às forças de segurança está a trabalhar com discrição
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